Imagino, logo vivo...
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Vivo para ti. Vivo para te escrever, nesta ansiedade de rimar. Em poesia descansa a minha alma, à espera de uma palavra. Sonho apenas escrever, nada mais do que viver assim, no meio de palavras, trocadilhos, expressões que façam do papel um pedaço do meu coração.
Sorrisos vêm morrer à minha boca, enquanto observo a multidão, o velhote isolado e a criança irrequieta, sentada num banco de jardim, numa mesa de café, encostada à porta do metro ou simplesmente enquanto percorro uma rua qualquer. Lisboa é lugar favorito para observar, porque a variedade, as dimensões de vida são tão grandes quanto envolventes. Geram-me curiosidade os olhares suspeitos, apaixonam-me os gestos cúmplices e de amor, revoltam-me as situações injustas que acontecem aos outros... assim vivo, saltitando de situação em situação, que se desenrolam mesmo às portas do meu olhar.
Quem me dera poder gravar os meus pensamentos - dariam memórias fantásticas, por vezes. Que bom poder rir-me, por vezes até de mim, sem que os lábios cheguem a mover-se.
Crio histórias na minha cabeça, observo discretamente e acrescento pontos aos "contos". E dentro desta dimensão da imaginação, rio, choro, zango-me e entro em estado de aflição. Vivo mais, porque vivo pelos outros, aquilo que se desenrola à minha frente, e crio coisas novas a partir das pontas que "apanho" na rua. A toda a hora acontecem coisas, à nossa frente, perto de nós e muito longe do nosso espaço e imaginação. É preciso sentr as vibrações geradas por essa vida e dançar ao som dela, para que um dia não seja apenas mais um dia. Vou deixando que o ritmo me leve a fazer "o que tem que ser" com mais prazer... para que no fim do dia (quem sabe se não é também o "fim da linha"?) tenha valido a pena viver.
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Beijos