Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2008

Mãos carregadas

Imagem
"Meto as mãos nos bolsos e trago-as carregadas de noites de amor: penso que isso basta para encontrar o mundo" A. Lobo Antunes

Dor d'alma

Imagem
Stella... procuras por alguém que se faça ouvir, como tu. Tentaram impedir-te de ver o dia, mas tu continuaste a aproximar-te, continuaste a cantar para afastar os males. Encontraste uma verdade que te pode magoar, mas nem por isso te fechaste na tua caixa de música, dançando repetidamente coisa de bailarina movida a corda. Ficaste à chuva sem procurar abrigo, pensando nas coisas vulgares da vida, que nos podem devolver a esperança. ... Percorre cada centímetro do carro com o aspersor de água, movimentando-o com uma energia frenética, exagerada. Concentra-se na sujidade, naquilo que pode mudar. Quando a vontade de chorar lhe arrepia as costas ao subir por si acima sem pedir, reprime-a contorcendo-se, e volta a concentrar-se em limpar o carro. Porque a água limpa tudo, não é verdade? No seu pensamento desordenado, de quem acaba de receber a notícia da doença grave de uma amiga, dá por si a recapitular toda uma vida ao lado dela. Não pode ser. Algo tem de poder fazer. E a impotência esca

Sorriso

Imagem
"Creio que foi o sorriso, o sorriso foi quem abriu a porta. Era um sorriso com muita luz lá dentro, apetecia entrar nele, tirar a roupa, ficar nu dentro daquele sorriso. Correr, navegar, morrer naquele sorriso." Eugénio de Andrade

Apanhei beijos para ti...

Imagem
Hoje levei-te papoilas. Recordei as tardes em que percorríamos os montes à beira da cidade, apanhando papoilas para levar à mãe. Cresci no meio desses campos de papoilas, aprendi a colhê-las como se guardasse beijos para dar à minha mãe, quando chegasse a casa. Até isso te devo; sei que aprendi a amar, em muito inspirada por ti. Há muito que não o fazia, em nome do princípio de não as matar, admirando-as simplesmente no seu lugar: a natureza. Mas hoje, ao colocá-las no sítio onde descansas, não consegui deixar de chorar quando, sem querer, uma das papoilas me tocou na face ao ser agitada pelo vento. Vivo chamando-as de beijos, pela sua cor animando campos monocórdicos de cores. E hoje uma delas beijou-me... ou será que foste tu? Penso, ou quero pensar, que o vento eras tu, precipitando-te para a minha bochecha, agitando o vento para me levar essa mensagem, para me fazer acordar. Hoje pensei, do alto do meu "luto" bem resolvido, que deixei de apanhar papoilas, talvez não para