Trago a barriga cheia de sonhos...
Trabalhar com mães dá nisto... aqui fica um relato meio inventado, meio sonhado, meio observado...
Trago a barriga cheia de sonhos.
Mexo-lhe e sinto-a mexer. Ela sonha connosco, conversa connosco através dos seus pequenos pezinhos bailarinos na minha barriga, os seus movimentos delicados e graciosos de dançarina...
Canto para ela, enquanto arrumo a roupa, ou faço a comida. Sei que ela me ouve porque se acalma. Tal como quando tu conversas com ela na tua voz calma e grave, que ela adora, e a sinto ronronar dentro de mim.
Quando me apanhas a cantar e eu solto uma gargalhada rouca, ela ri-se comigo. Sinto-a vibrar.
Sei que anseias por me ver com ela na cadeira de baloiço, já com a noite adormecida, a cantar-lhe ou a contar-lhe uma história. Sei que me vais espreitar da ombreira da porta. E eu vou fazer o mesmo, quando tu dançares com ela no teu colo de madrugada, a ouvir Bob bem baixinho, para eu poder dormir. Consigo imaginar a orelhinha pequena dela encostada ao teu peito, a saborear o calor, e os olhinhos a fecharem enquanto lhe trauteias a música. Como fazes comigo.
E sabes que mais? Sei que ela vai adormecer feliz como eu...
Vai chamar-se Laura. ou Mia. ou Rafaela. ou Maria João. Decidimos quando olharmos para a carinha dela, não é?
Vai ter os meus caracóis e os teus lindos olhos verdes. E embora tu não queiras, sei que ela vai ter as tuas sardas no nariz, porque vai ser toda rabiteza, senhora de si e refilona desde o primeiro dia.
Trago a barriga cheia de ti... cheia de amor.
Trago a barriga cheia de sonhos.
Mexo-lhe e sinto-a mexer. Ela sonha connosco, conversa connosco através dos seus pequenos pezinhos bailarinos na minha barriga, os seus movimentos delicados e graciosos de dançarina...
Canto para ela, enquanto arrumo a roupa, ou faço a comida. Sei que ela me ouve porque se acalma. Tal como quando tu conversas com ela na tua voz calma e grave, que ela adora, e a sinto ronronar dentro de mim.
Quando me apanhas a cantar e eu solto uma gargalhada rouca, ela ri-se comigo. Sinto-a vibrar.
Sei que anseias por me ver com ela na cadeira de baloiço, já com a noite adormecida, a cantar-lhe ou a contar-lhe uma história. Sei que me vais espreitar da ombreira da porta. E eu vou fazer o mesmo, quando tu dançares com ela no teu colo de madrugada, a ouvir Bob bem baixinho, para eu poder dormir. Consigo imaginar a orelhinha pequena dela encostada ao teu peito, a saborear o calor, e os olhinhos a fecharem enquanto lhe trauteias a música. Como fazes comigo.
E sabes que mais? Sei que ela vai adormecer feliz como eu...
Vai chamar-se Laura. ou Mia. ou Rafaela. ou Maria João. Decidimos quando olharmos para a carinha dela, não é?
Vai ter os meus caracóis e os teus lindos olhos verdes. E embora tu não queiras, sei que ela vai ter as tuas sardas no nariz, porque vai ser toda rabiteza, senhora de si e refilona desde o primeiro dia.
Trago a barriga cheia de ti... cheia de amor.
Comentários
eu sei que digo sempre a mesma coisa, que a dada altura se torna monótono e sem significado...Mas acho realmente que este é dos melhores textos que tens aqui. Acho que é dos que, pelo menos a mim, toca mais. (estranhamente, visto que é sobre barrigas:p)
Tu consegues escrever sobre/do amor e não o tornar insuportavelmente corny (lol), muito, muito, muito pelo contrário. E acho que isso é uma das coisas que vai fazer com que um dia tenhas um livro que seja daqueles livros realmente bons. Daqueles que marcam e que ninguém pode dizer que não presta :p
No dia que parares de escrever...I'll hunt you down and kill you! :D
Continua, pelo amor da santa...
**
PS: O Prof J. ia adorar o teu texto :p
Adorei o texto, está muito bom, a forma como escreves é apaixonante.
Mas sem sardas era mais bonita :p
indio: como sempre com as palavras certas, companheiro. és uma inspiração. obrigada =)