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A mostrar mensagens de abril, 2008

Coração. de verão.

As mãos um pouco mais apertadas, as saias um pouco mais soltas, os passos mais leves. E a música mais alta e mais alegre, como os dias. Saem as flores, mostram-se os passarinhos e os gatos bebés. As folhas agitam-se, agora sem pressa de serem colhidas pela chuva, mas antes a rebolar-se ao sol. A luz invade as janelas agitando os cabelos. Os primeiros gelados, saboreados com prazer de criança, e as chinelas a saírem do armário para enfeitar os pés cansados de meias pesadas. A pele mais macia, o cabelo também. A cor acorda, nas roupas, nas plantas e no céu. Engordam os gatos que iam para a malandragem, foge o incenso colorido de cheiros pelas janelas das senhoras. Abrem-se as janelas depois de fazer amor. Suam, os namorados. E os beijos são mais saborosos. Esticam-se os pés e as pernas, caem gargalhadas como bolas de sabão. Abanam-se os fios de contas coloridas nos peitos afagados. Roçam os cabelos nas costas nuas, fazem-se cócegas na pele despida de frio. Vagueiam cheiros de bolos e bis

Tutti-fruti . Tutti-happy

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Sob o olhar inquieto de uma criança, desfaz-se o laço vermelho da luxúria. Descem até os pés de sapato alto, à humildade do pé descalço, quando muito calçado de leves meias às riscas, tantas quantas as cores do arco-íris! Colocam-se as mãos sobre a cara, e desaprende-se tudo o que se sabia - a partir daí, ela é a mais inteligente, a que ganha os jogos todos. E nós somos peças ao sabor da sua magia, espectadores do teatro da sua simplicidade. Não há mão mais aberta do que a de uma criança, não há colo mais verdadeiro. A voz transforma-se numa corneta suave e apaixonada, com ênfase nos sorrisos e limada nas pontas, para não deixar dúvidas de que estamos a seu lado, não acima delas. E não é que é mesmo verdade, que o mundo fica mais bonito? Quando escolhemos olhá-lo por outra perspectiva, talvez um pouco abaixo, vemos tudo, sem que ninguém se aperceba. Quando escolhemos deitar-nos na relva e contar as papoilas, e quando rimos sem pudor de uma trapalhada qualquer. Quando cantamos uma canç