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A mostrar mensagens de dezembro, 2006

Sou um canto desta cidade...

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espreito por entre as janelas, iluminadas por dentro, com as suas cortinas coloridas. cada casa é uma casa, com gostos diferentes, recortadas de outra forma. as sombras agitam-se lá dentro, alguns assobios e sorrisos bailam, os seus sons abafados chegam cá fora. as luzes arrastam-se. não desisto de passear, embora a noite teime em estar fria. mas é este frio que me faz andar, andar sem parar pelas ruas que eu amo e que fazem parte de mim. porque esta cidade faz parte de mim, com todas as suas ruas sujas, sem-abrigo, errantes, lojas antigas e cheiro a castanhas assadas. se preciso de lhe amar os defeitos para poder amá-la por completo, faço-o, com uma facilidade que me espanta. outros reparam nas pedras da calçada sujas e imperfeitas, nos seus indivíduos mais sombrios e nas intenções que se escondem por detrás de cada rua menos iluminada. Mas eu vejo apenas os candeeiros deliciosos que recortam sombras para os nossos pés, as personagens enriquecedoras que vagueiam entre nós, as história

Passeio das luzes...

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enternecido pelas luzes a brilharem sob o negro asfalto... a surpresa agradável de uma noite vendada, até que lhes chegasse às narinas o cheiro de castanhas assadas. o brilho ensaiado rouba muito tempo e olhares que por ali passam. vêem-se muitas máquinas fotográficas (algumas improvisadas) em punho, a procurar o melhor enquadramento para a luz derradeira, a meta no passeio das luzes. muitas cores (talvez demais), mas o que é facto é que os olhos brilham e saltitam com aquela gama variada de alegrias pintadas sob símbolos de paz e amor... e aquela rua percorrida a pé, protegida pelos anjos, companheiros lado a lado. e as praças, iluminadas, cheias de gente apesar da noite fria. o calor do jornal que embrulha as castanhas inunda as mãos, seguindo pelos braços e atravessando o corpo inteiro numa onda de prazer. o próprio cheiro nos percorre como um arrepio de prazer! fossem todas as noites assim, envolvidas em bolas gigantes de cores deliciosas, enfeitadas de pessoas e sorrisos...

Insónia...

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Mais uma noite. dá por ela acordada, como de costume. só ela. desperta num salto, como se tivesse alguém a abaná-la. tenta obrigar-se a adormecer, sem conseguir. os seus olhos são leves demais para conseguirem fechar-se. Desiste de resistir contra o medo. marca o número que lhe é mais familiar. ouve-o tocar em desespero, como se cada toque fosse mais estridente e incomodativo. até à exaustão. Os pensamentos libertam-se em jeito de montanha-russa, investindo contra ela, magoando-a, despertando-a ainda mais. consegue, por alguns momentos de lucidez, sentir-se louca pela intensidade e maldade com que as imagens lhe surgem, mas só isso. não consegue evitar continuar a pensar, a mergulhar-se nesses conteúdos tristes. Nada disto existe, tudo isto é exagerado, hiperbolizado pelo sono, pelo cansaço, pela hora avançada da noite. Ela sabe isso, mas apenas terá consciência disso na manhã seguinte... A sua própria mente contra ela, como se fossem duas. Nada parece deixá-la em paz, e no entanto nad

Vou viver...

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Esta música é dedicada às pessoas que levam a vida pelo prazer de cada dia; em especial, a um alguém "mestre" nesta arte... "Vou viver... até quando eu não sei que me importa o que serei quero é viver Amanhã espero sempre um amanhã e acredito que será mais um prazer e a vida é sempre uma curiosidade que me desperta com a idade interessa-me o que está para vir. Para mim é sempre uma certeza que nasce da minha riqueza do meu prazer em descobrir. Encontrar Renovar vou fugir ou repetir. Vou viver..." António Variações

Revivendo "The Voice"...

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And then I go and spoil it all By saying something stupid Like: "I love you" Oiço a voz melodiosa de Frank Sinatra a sair elegantemente das colunas da aparelhagem; o reviver destas músicas doces dá-me vontade de dançar! Inclino-me para trás, tentando calar as dores nas costas. Espreguiço-me como quem tem todo o tempo do mundo. Olho lá para fora: chove como se não houvesse amanhã, e eu aqui, imperturbavelmente recostada numa maresia de minutos lentos. "Heaven I'm in heaven And my heart beats so that I can hardly speak And I seem to find the happiness I seek When we're out together dancing cheek to cheek" Colada a uma chávena de leite quente com mel, imagino as aves refugiadas nos seus ninhos, os coelhinhos escondidos nas suas tocas, e uma criança enroscada num casaquinho quente, a espreitar pela janela. Momento em que todos deviam parar para não pensar, simplesmente deixarem-se estar... "I've got you under my skin I've got you deep in the heart o

Tempos de areia...

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Olho à volta, no vazio preenchido que é a escuridão. Mal consigo ver as teclas em que toco, no entanto, a familiaridade delas e a necessidade de escrever aliam-se, permitindo-me construir palavras sem pensar. Incrível como o único sítio vazio da casa é também o único canto em que encontro alguma sensação amistosa de conforto... As palavras desenrolam-se boca fora, ferindo os outros. De quem é a culpa? Trocam-se espinhos, sem rosas. A quem culpar? Revolvem-se momentos passados, fragilizam-se almas já fragilizadas. O que fazer? Quem me dera saber a fórmula secreta para desaparecer... tornar-me invisível até que o mar acalme, como fazia em pequenina... quando uma simples boneca e o seu pente me permitiam viajar para longe de um assunto desconfortável. Quando era possível não voltar a pensar em nada que me fizesse chorar. Quando passava horas a construir um castelo de areia, sentada na areia molhada da praia, e era capaz de me abstrair de todos os problemas do mundo. Quando não havia nada

Respect...

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R-E-S-P-E-C-T Find out what it means to me...