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A mostrar mensagens de outubro, 2012

A dor de querer sonhar [pequeno]

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Desejo fugir. Nunca pensei vir a ter vontade de fugir de algo que não se mexe, que não sai do sítio. E que ainda por cima faz parte de mim. Como é o caso do meu país . Mas sonhar com o dia de amanhã parece ter-se transformado numa doença, aqui neste cantinho à beira-mar plantado! Acreditar num amanhã melhor, num futuro, por mais simples e humilde que seja a construção, é agora irrealista e exagerado! E eu não estou pronta para abdicar do meu direito a sonhar! Não aceito que me tirem isso! Em pequeninos, todos nós sonhávamos com castelos de princesas, super-carros, vidas de filme! À medida que crescemos, vamos adaptando [mais ou menos!] os nossos sonhos à realidade que vamos conhecendo. Mas nunca pensei que um dia, o estado do país onde nasci e cresci me viria a vedar o acesso a coisas como ter filhos, um trabalho minimamente estável, uma carreira, um tecto! Ainda que queiramos sonhar pequeno... não dá! E isso dói! Cria pessoas sem nada a perder... Olhamos à nossa volta e perc

Sonhos.

Se há coisa que nunca me faltou, foi capacidade para sonhar. Frequentemente, falta-me a motivação para os perseguir. Mas isso é um outro assunto. Agora imaginação para me projectar mais à frente, vivendo e arriscando, isso sempre tive de sobra. Por vezes acho que são os sonhos em excesso de "produção" que me atrapalham os passos do dia-a-dia; parece que se acumulam à frente dos meus pés como bichos molengas, fazendo-me tropeçar. Ilustrando melhor, imagino os sonhos como o meu cão, um pastor alemão enorme que gosta de se encostar preguiçosamente nas pernas das pessoas e impedi-las de andar, como estratégia para receber festas. Sonhos acontecem na minha cabeça como fogo de artifício. Formam uma casa dentro de mim, que vai crescendo e criando uma forma cada vez mais única. Coisa simples, como furar o nariz, conseguir deixar de roer as unhas, habituar-me a andar de bicicleta para todo o lado. Estes seriam o rés-do-chão da minha casa de sonhos. A seguir, sonhos de "primeir