Pés no chão, nariz no ar ♥

Tu não me ouves, tu nunca me ouves... Ele não serve para ti, todos conseguem ver isso menos tu! Passas a vida enrolada em sonhos, a acreditar na verdade do seu ser, caminhas de olhos tapados, tacteando o que tu pensas ser o homem ideal... mas ele engana-te, querida! Sempre o fez, ainda que não seja para te magoar, mas não cessa de o fazer, não é? E tu choras, e tu revoltas-te, lutas contra o amor que cresce em ti, como se fosse uma planta venenosa. Não vale a pena, menina! Acorda, antes! Vê o que estás a fazer de ti mesma, toca nas rugas de tristeza que se avolumam na tua cara enquanto te recusas a viver! O tempo não se senta no banco ao teu lado, à espera que te apeteça viver! O tempo não perdoa, ele corre e foge de ti se não te decidires a agarrá-lo. Perdes-te em ilusões, comos se de um gigante bosque negro se tratasse, onde qualquer esforço é inútil e em vão... não vês o mapa em frente dos teus olhos, dentro do teu coração? Fácil não é, a caminhada... que to diga quem já tem tantas

Da forma mais bonita que conheço, as palavras soltam-se hoje, ao dizer-te que te amo. Porque à meia noite de hoje os segundos consomem-se, retomando a um ano e meio atrás, nesta mesma data, em que duas almas se entregaram... finalmente, de corpos cansados pela luta, desistimos de resistir. Não mais.... E é passado todo este tempo que tenho ainda vontade de gritar "tomei a decisão certa... obrigada!" A magia ainda perdura, colorida na pele, viva em ti e em mim... obrigada por tudo... O teu abraço mudou a minha vida! És a mais doce forma de terapia que conheço! Fizeste-me sorrir para o mundo... Amo-te...

Caminhar? Com que pés, agora? Voar? De asas cortadas não dá... Continuar. Vaguear. Saber para onde ir. Que passo dar. Tenta viver, o melhor possível. E não pares de caminhar. A estrada que leva ao céu... há-de estar em algum lugar. Aprendi com um mestre que viver a sorrir torna tudo mais fácil... nós ficamos mais leves, e o mundo sorri-nos de volta. Há pesos que se soltam dos nossos tornozelos, há caminhos que se abrem com o nosso passar, há coisas novas que pedem para ser descobertas. Até porque os nossos olhos se colocam de forma diferente ao sorrir, olhando de forma diferente para os problemas! E uma mão amiga nos remenda as asas, nos elogia o sorriso e nos abraça, caminhando lado a lado. Quero ser de sorriso fácil... Assim, sorriam... pelo vosso bem, e pelo bem de tudo o que mais amam. Nada melhor do que receber um sorriso de volta... Que a benção da idade me traga experiência e rugas, muitas rugas de sorrir... quero que se note, quero ser velhinha e não precisar de falar para que

Procura-me... quando a noite apertar com os teus sentidos, o som do brilho das estrelas a chegar-te aos ouvidos, os olhos apertados para vislumbrarem na escuridão e o toque refrescante do vento na cara, como uma carícia. Estarei lá, à espera da tua mão para se aconchegar na minha, o abraço dançado que me faz sempre voar outra vez, e o beijo lento que desperta os lábios gelados. Vamos voar com os pássaros no céu gelado de tão azul, pingado de velas acesas e sonhos. Vamos conversar a noitr inteira, enquanto o café arrefece lentamente na chávena entre as nossas mãos. Ignoro as vozes que chegam até mim, os arrepios em forma de frases tristes a puxarem-me para baixo. Repreensões por tudo o que faço, porque tudo o que faço está mal. Quero encontrar-me; e talvez tenha de caminhar para longe daquilo que julgava ser para me encontrar. E isso, está errado? Quero ser melhor. E nunca mais vou deixar que me impeçam de o ser, ainda que isso me obrigue a ser diferente. Se ser feliz está errado, então

caminho ensaiado. um salto pela janela aberta. luz que quase não é nada. silêncio abandonado pelo bater dos corações. uma noite. um dia. ternura. a tristeza é adormecida. dois companheiros, risos tolos. uma história que um dia quero escrever...

há corrente de ar na minha alma... ... uma janela aberta no coração. e uma porta escancarada no pensamento. tempestade que passou... ou que se avizinha?

os pés descalços, um sorriso húmido de prazer. encontrei-te perdido na praia, trouxe-te comigo para casa. não resisti ao jeito mágico com que te mexes, ao brilho desvairado do teu olhar. mãos quentes, toque de pêssego na pele. sorrio ao ver-te passar... sei que me vais convidar para dançar. e desta vez, eu vou aceitar. que saudades que tenho de dançar... pestanejo, as ondas a baterem no meu pensar. encontro-te e é como se nunca tivesse deixado de te ver. dois desconhecidos que se conhecem desde sempre. ouvir a tua voz pela primeira vez não foi novidade para mim, como se já a tivesse gravada no coração, à espera de ser relembrada com saudade. a minha mão procura a tua, como se não fosse natural existir sem ti. um calor doce, um arrepio dos antigos. pegas-me ao colo e levas-me a voar. a areia foge-me dos pés, enquanto piso só céu e nuvens. depois poisas-me os pés nos teus, dançando comigo como se eu fosse uma criança pequena e leve. bailamos lentamente, depois depressa, ao ritmo que o co