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A mostrar mensagens de março, 2007

Há dias...

Há dias em que nos sentimos assim... nós. Nós mesmos, menos em baixo, e feitos de uma matéria menos frágil e ordinária. Feitos de um tecido mais macio, entendem? E basta um elogio, uma coisa que corre bem, para nos sentirmos assim... ...há dias em que sermos nós próprios não é um embaraço... a conversa surge naturalmente, e as respostas fluem com uma espontaneidade e originalidade pouco comuns! Parecemos pessoas mais confiantes, maiores... Há dias em que não é preciso pôr o sorriso de plástico, a roupa discreta, a conversa de ocasião no bolso e as unhas de fora. Há dias em que parece mais fácil andar com elegância, e sorrir. Há dias em que me apetece estar ao pé de mim mesma...

Solidão

Nada dói como a sensação de solidão... o céu é grande demais para engolir apenas uma pessoa... ... o silêncio da solidão é tanto que as lágrimas que caem na almofada parecem soar como batidas de tambor, ouvidas do outro lado da rua... ... como contar as estrelas todas sozinho? não dá... olhamos para as nuvens e não conseguimos perceber se são brancas ou de chuva... o vento só está ali para nos derrubar... ... porque estar sozinho de vez em quando é tão bom, mas estar sozinho por obrigação dói tanto... e no entanto... apesar dessa dor surda... quando alguém se aproxima... fugimos... ... hoje algo quebrou em mim... só não sei o quê...

Um vento que por aqui passou...

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A preguiça de um amor sem sombra é como uma maldição de que não conseguimos livrar-nos. Hoje recordo esse peso pesado nas minhas costas, a deixar-me difícil a respiração. Como um dia de calor insuportável, sem sombras. Que bom que sobrevivi, penso hoje. Mas ao contrário do que se pensa, o calor deixa marcas. A nossa pele retesa-se para sempre, recordando em rugas marcadas o que sofreu. Sou mais forte mais também mais alerta - constantemente, eu diria demais - para qualquer subida de temperatura. Porque acho que o meu corpo não iria suportar mais um desses dias de calor, em que o corpo já nem tem nada para suar, e ficamos o mais quietos possível, a rezar para que essa onda passe depressa e nos deixe em paz, a refrescar. E não fosse essa brisa que por aqui passou, esse vento violento que abalou tudo e não deixou nada de pé; esse ar fresco que tu amaldiçoaste e em cima do qual puseste a culpa de tudo o que aconteceu... não fosse essa brisa, e eu já não estaria aqui para contar esta histó

Indiscutível... eu existo!

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Sem sonhos, não somos mais do que sombras de vida. O que nos dá corpo são os desejos, são esses que nos dão movimento, que nos fazem dançar, correr, alcançar! Por um sonho, levantamo-nos da cama todos os dias mais cedo, trabalhamos arduamente, pomos de lado necessidades básicas como matar a sede e a fome e ultrapassamos medos que julgávamos eternos. Quantos passos mais largos do que as nossas pernas nós damos, acreditando que iremos lá chegar? Quantas barreiras deitamos abaixo, e quão fortes nos vamos tornando, de cada vez que o sonho pede para continuar a andar? Muitas desilusões, e tantas vezes a vontade de desistir... os dias quase lendários em que tudo parece estar contra nós, a lutar contra algo que nos parece tão certo... Mas são os nossos olhos, apaixonados, que não largam de vista o objectivo! E que nos guiam dia após dia até ver o sol chegar! A esperança é um coração pequenino a bater como música de fundo... e é ela que não nos deixa parar de dançar! É indiscutível que exist

De pequenas coisas me alimento...

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As nuvens juntam-se, num conluio difícil de adivinhar. Queremos saber para onde elas se irão deslocar, para com isso decidirmos que meias vestir, que casaco levar quando formos ao café, o destino da nossa tarde, até. Andam passarinhos aos pulos na cameleira em frente à minha janela; olham à sua volta, imagino que a tentar adivinhar, como eu, se será seguro sair para passear. Decido arriscar uma saída até ao meu jardim, apenas para estar na companhia dos meus maiores amigos... Encontro um deles, deitado sobre a pedra aquecida por alguns raios de sol mais atrevidos que espreitam entre as nuvens; a sua expressão de prazer contagia-me, peço-lhe baixinho para partilhar com ele aqueles raios de sol. Aqui está uma das minhas definições de felicidade favoritas: estar sentada no chão a curtir uma atmosfera tranquila e silenciosa, nem muito calor nem muito frio, com um companheiro de quatro patas a pedir-me umas festas... Pequenas coisas... não é disso que todos nós nos alimentamos, afinal? Se f