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A mostrar mensagens de junho, 2015

Eu descomplicarei. Nós descomplicaremos.

Abro os olhos e está à minha frente. Uma divisão ampla, luminosa, limpa. Encostados à parede estão alguns caixotes. O princípio de tudo. A espreitar de uns estão pontas de livros. Noutros, discos de vinil. Sei que a primeira coisa a aparecer na sala, pronta a trabalhar como eu, vai ser o leitor de vinil. No centro da sala, será o centro das minhas atenções, quando ainda não houver sofá nem televisão. Vai haver paz de alma. Haja um copo de balão, uma garrafa de vinho e os vinis a saltarem como pipocas. Haverá escrita, imagino. Haverá luz, e tempo. Haverá a cada dia, um dia apenas; um passo de cada vez. Um recomeçar que é na verdade o início. Haverá um charriot no quarto, para albergar a roupa. Simples. À vista, como eu gosto. E os tesouros que guardo no meu baú, serão os primeiros a povoar orgulhosamente o meu cantinho. Tudo será descomplicado. Cada objecto será cuidadosamente pousado no seu lugar, a inaugurar. E o mundo irá fazendo sentido. Não haverão gritos, nem pessimismos.