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A mostrar mensagens de agosto, 2010

Atabalhoada

O sabor vai sendo doce, a vida ampla abre-nos os olhos para isso. Sossego o turbilhão de dores, desatinos e desafinações que querem sair, atabalhoada e desordenadamente pelas portas da escrita. Por onde pegar, por onde começar? Sinto que é preciso acabar com as portas. Adoro janelas largas, do tecto ao chão, que deixam ver tudo sem preâmbulos. Porque é que nos detemos entre quatro paredes, porque é que construímos muros em vez de pontes que nos liguem, de janelas por onde passe o ar? Dêem as mãos, em vez de se afastarem. Virem-se para a luz, para o sol, para o fim do dia, em vez de procurarem só as portas que se fecham, os olhos que não nos procuram, as horas que se escorreram como água entre as mãos. "Sai de casa e vem comigo para a rua, vem, que essa vida que tens, Por mais vidas que tu ganhes, é a tua que mais perde se não vens..." Deolinda