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A mostrar mensagens de dezembro, 2007

O meu candeeiro de sal

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És o meu candeeiro de sal. Apago todas as luzes e só ficas tu. Dominas as sombras e brincas na escuridão, com o teu tom relaxante de pôr-do-sol privado, ali no meu quarto, fechado e afastado do mundo inteiro. Fecho os olhos e continua essa presença, ténue, no entanto sempre lá. Uma onda de calor redonda e leve nos ouvidos, na boca, nos olhos cerrados, com o seu aroma amarfanhado e queimado de vela que arde, devagarinho, alimentando os sentidos. Tudo o resto desaparece, fica o mundo, só, o meu. A respiração é o cerne, transportando tudo o que é mau para fora de mim, e inspirando calma, paciência, bocejo. Concentra-se o mundo no tique-taque do relógio e eu, sem pressa, deixo-me ficar de sorriso solto na boca a sonhar com pensamentos mudos, vazios. E quando abro os olhos, o sorriso continua cá pendurado, e perdura... Meditação é magia feita por nós, a nós mesmos. O que é que vos acalma?

Rosto escondido...

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Um rosto no meio de uma multidão... é sempre um rosto escondido. O mp3 com o volume no máximo são os seus tampões para a realidade, para se isolar do mundo, e se fechar na sua caixinha de música a sonhar, enquanto os empurrões das pessoas a levam a resmungar mais alto do que imagina. Passeia entre cores e raças sem as diferenciar ou notar: observa cada rosto como se fosse o primeiro que vê em toda a sua vida, e imagina-lhe uma vida que faça sentido com a sua expressão, com cada ruga do seu rosto. Porque cada ruga tem a sua história, seja a de um sorriso constante, a de umas sobrancelhas eternamente em sobressalto ou de uma testa franzida (normalmente por motivos de natureza económica). Entretem-se a adivinhar com a certeza de um cientista, e sorri perante qualquer gesto que lhe confirme a sua previsão. Ela própria é um rosto na multidão, e diverte-se a magicar o que as suas roupas étnicas e o seu olhar curioso desvendam de si, enquanto agita os caracóis aloirados em gestos que julga bo

Drama das relações que duram...

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Volta. Onde estás? Desce desse mundo só teu... vem partilhar este, menos bom, comigo. "Por exemplo, se vieres às quatro horas, às três, já eu começo a estar feliz. (...) Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca vou saber a que horas hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito..." in O Principezinho (pág. 70) Sei que já não sou a deusa nua da tua paixão, dos teus sonhos... mas sou um sofá confortável, onde te podes enrolar e abrigar sem medo... esta é a tua casa, o teu abrigo. Não sou o modelo a seguir, a mulher que todas querem ser, nem bela e perfeita. Mas estou-te entregue, em sonhos e alma e corpo e tudo! E uma parte de mim é o quanto cuidas de mim... o quanto me mimas e amas, que me faz existir. Não deixes de me regar, todos os dias. "Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante."