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A mostrar mensagens de abril, 2016

[Fica. Eu não lhe conto. Prometo.]

Hoje impunha-se escrever. Impunha-se admitir que o silêncio anda a queimar-me. Queimam-me as fotografias de todos os dias que não são hoje; dói-me o meu sorriso nelas. Esse sorriso cheirava quase sempre a ti. As fotografias de hoje, essas não têm sorriso. Têm rugas de pele que não têm sido esticadas; em suma, pele que tem ficado por agarrar. Ao espelho vejo só uma sombra desmaquilhada, e no entanto sei que há tanta cor aqui, a pedir para ser espalhada! Ardemos com o caminho. [Tens a certeza?] E no entanto só há areia, sem os teus braços. O sono não me larga nem com os olhos acordados, os sonhos versam a perseguição, a inquietação e um silêncio... aquele silêncio estranho que se ouve dentro de água, que pressiona os ouvidos e sabe a fim. Todas as horas são compridas demais e passam a correr; todas as divisões que percorro tresandam a cinza no ar. Fazem-me arder os olhos, provocando-me ataques de choro. [De certeza que já não te convenço a dançar?] Queria ir dar uma volta de av