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A mostrar mensagens de julho, 2005

Enfeites do céu

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vês o mar? as ondas vêm morrer aos nossos pés... a espuma, até ao limite das suas forças, esbate-se em desenhos arredondados de sal, areia e água. o sol faz espelho, reflectindo-se na pele molhada da beira-mar. pedrinhas e conchas dançam, com o movimento das ondas e da luz, quais estrelas caídas do céu e agora enterradas na areia. cúmplices, espreitam, deliciadas e escondidas, os lábios das ondas e da areia a brincarem, eternamente separando-se e fundindo-se. que bom estar aqui sentada, entre o fresquinho do mar e o morno da areia. há poesia no horizonte, enquanto o sol se despe sobre ele. larga toda a sua roupa, espalha-a ao longo da linha erguida sobre o mar. o som das ondas do mar me embala fecho os olhos... ... a natureza está à minha volta envolve-me com os seus cheiros, cores e sabores (sorriso) já não preciso de fugir basta ensaiar os sentidos e deixá-los vaguear porque há mar, há amar, há ir e nunca mais voltar...

Boa noite, estrelas...

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Ainda ontem me doía tanto... tudo. Criança agarrada a ela e a si mesma, entregue à responsabilidade única de sonhar. Tudo magoa, quando só nos pedem que sejamos felizes. Um pequeno favorzinho fora de contexto destrói o seu castelo à beira-mar, construído com orgulho próprio, muita areia e algum egoísmo inocente. Agora... agora pareço uma sombra desmaquilhada de sabores e sentires, despenteada pelo vento errante que sopra e me arrasta para fora da minha rota... de mim mesma. Mas nem dou por isso... As minhas lágrimas nunca foram tão salgadas; acho que são as minhas saudades da praia. Do céu estrelado, cheio de pontinhos de luz, cada um a prometer um sonho diferente aos nossos olhos. Daquela praia do paraíso, que descobri num cantinho muito especial da costa. Da hora de deitar do sol, que todos os dias me surpreendia com renovada beleza. Da areia, sempre pronta a acariciar-me a pele morna do sol. Da rocha, camarote privado e privilegiado para assistir à dança sensual das ondas, ao erguer

A(s) Quatro Estações

Há dias em que simplesmente apetece não existir. Não estar. Quando tudo o mais parece falhar, também tu falhas. Estás ausente, ignoras, foges. Sinto-me o espelho de um quarto vazio, o beco de uma escada sem degraus... porquê? Porque quando chamo por ti, tu mudas de nome. Entro em desespero com as brigas, que parecem rodar à volta dos mais insignificantes temas; confesso: se ouvisse de fora algumas das nossas conversas acho que iria soltar algumas boas gargalhadas. Soltamos as crianças que vivem em nós, deixamos que usem as palavras como bolas de neve, que atiram uma à outra com toda a sua força... incessantemente, sem deixar o outro acabar de falar. Conhecemos os erros do outro, em errante confiança: usamo-los como escudos de protecção. Em momentos de guerra tudo serve como arma de arremesso, não é? Mas o maior erro é que essa "confiança" gera desconfiança, e acabamos por não conseguir proteger-nos de nós mesmos. Os filmes nascem, crescem e alimentam-se da nossa sanidade ment