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A mostrar mensagens de outubro, 2010

Há noites assim. (Ode aos desconcentrados).

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Encontro-me assim a modos que mal aviada. Fico a olhar para a fatia de lua amarela lá fora, pelo rectângulo encaixotado no tecto, enquanto as nuvens bailam à sua volta, sem nunca se vincarem. Leves, soltas, como se quisessem dizer-me que nada do que é belo fica. Finco as unhas na perna, para me obrigar a concentrar. Com uma dose de estimulantes (legais!) por mim abaixo, que me devia dar vontade de convidar a tese para dançar. Nada. Levanto-me para esticar as pernas, rodo o pescoço, e sinto as articulações como que coladas (tretas!, que isto com 24 anos é impossível ser verdade), obrigando-me a mexer. Volto a sentar-me. Mexo no cabelo, mesmo a tempo, uma madeixa solta-se. Assim não dá para trabalhar, e perco mais cinco minutos em busca de um gancho que resolva o problema. Se calhar preciso de inspiração, penso eu, e navego em busca de músicas e de frases e de coisas (que nada têm a ver com a tese), mas eis que não tenho ligação à Internet, e lá vai de mais dez minutos até conseguir ver

Pensamentos rápidos de uma qualquer madrugada.

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O amor é algo de muito estranho. Quando pensamos que já se entranhou em nós, ele surpreende-nos, enterrando-se ainda mais na pele, no coração. Quando pensamos que já o conhecemos de cor, ele torna-se comboio, ganha vida e abalroa-nos. Quando nos esquecemos da sua intensidade, acordamos um dia a sentir o seu abraço, mais apertado do que nunca. Sentimos uma saudade surda e tão burra, tão irracional, apenas com um dia de vida, mas que se instala e que nos incomoda, até ao próximo beijo. Quando achamos que sabemos o que é o sabor do amor, ele aparece, como cócegas suaves nos pés, nas coisas mais pequenas, revelando-se ainda mais doce. Quando penso que já não me podes surpreender, eis que dou por mim a suspirar...*