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A mostrar mensagens de outubro, 2006

Feel like dancing...

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As pontas dos seus dedos dos pés esticam-se, tocando timidamente o chão enquanto todo o corpo tenta equilibrar-se sem medo. Os primeiros passos são sempre os mais medrosos, desconfiados. Mas a música chama a rodopiar, e a alma parece colar-se ao ritmo, levando consigo o corpo a flutuar pelo soalho de madeira. Os pés apoiam-se de forma tão suave, que a elegância toma conta de toda a sala... a voz doce e forte do cantor aquece-lhe cada músculo, e a paixão com que dança leva-a a fechar os olhos, como se uma mão invisível a guiasse pelo salão com deslumbramento, chamando baixinho pelo seu nome. O sorriso dela espalha-se pela sua cara primeiro, e depois por toda ela, inundando-a numa beleza, num ritual livre que o seu corpo saboreia como lhe apetece. Porque ele está descontrolado, hipnotizado pela música, a sentir na pele as palavras de quem canta. A cabeça inclina-se de prazer, as mãos contorcem-se em graciosidade. Está sozinha, mas com a loucura de uma sala cheia...

Silêncio...

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Vagueando pelos minutos difíceis da noite, sei que vem aí mais um momento de pânico... Fecho os olhos e tento respirar sem pressa, procurando o ar sem medo que este me falhe. Tento esquecer-me daquilo que me está a incomodar, por o saber tão insignificante; sinto o coração nos olhos, na garganta, por todo o corpo, afinal... a moer-me os ouvidos, a lembrar-me que estou ansiosa. Sorrio com o nervosismo... parece uma onda que passa pelo meu corpo, um arrepio sem paragens, sem perdão; toma-me a capacidade de controlo e leva a minha cabeça para longe, numa viagem que luto em vão para não fazer. O corpo envolve-se em tremores, todo ele uma preocupação; não te sintas assim, peço-lhe; está tudo bem. Mas ele não me ouve, grita mais alto do que eu com as suas dores de alma, a sua solidão esmagadora. Um raio de luz penetra pela janela, timidamente. Finalmente, o dia... Afinal, era apenas mais um sonho.

Carta de amor

"E de repente sinto-me nervoso por estar aqui. Olho para ela, lá em cima, com jeito de deusa, sorriso de menina. E um secreto e intenso medo apodera-se de mim. Medo de a perder... porque lá no alto, tão exposta ao olhar, outros podem ver o que eu vejo, e amá-la, e roubá-la do meu peito. Não temo partilhá-la com quem a ama... sei como é bom amar esta alma tão quentinha e doce! Temo apenas deixar de ser o objecto do seu amor... não sei como viveria longe dela, do seu amor e do seu olhar apaixonado, lareira em dias de frio interior. Agora que a vejo, forte e frágil de uma só vez, apetece-me correr a apertá-la contra mim, num abraço daqueles que fazem voar! Apetece-me apagar o mundo inteiro e ser só dela e ela só minha... Olhem para ela, como é magia em pezinhos de lã! Todos a olham com admiração e eu, num lugar privilegiado a seu lado, não serei nunca excepção! Envolvida como está no momento, nem se apercebe de como está bonita! Parece uma estrela, guiando com a sua luz todos os olha

E asas para isso?

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...viver na tua sombra não me faz bem...

Janela aberta...

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E se tiveres um tempinho... passa por mim... mesmo ao pé do rio. Sentada na esplanada a beber uma italiana, com os olhos postos no horizonte que a claridade deixa ainda a descoberto. O fim de tarde é bonito porque passa lentamente - quase parece estagnar, como um rio que por momentos pára de correr. E enrola-nos nas suas cores apaziguantes, levando-nos bem longe no pensamento. Por isso, se não for muito complicado, vem sentar-te numa cadeira, ao meu lado e não à minha frente, vamos partilhar uma torrada e ler o jornal, rindo das notícias mais taroucas e preocupando-nos com as mais sérias. Depois, vamos falar do nosso dia, com as mãos entrelaçadas numa só, de olhares encostados, e perante o sorriso da empregada que já nos conhece. Acho que lhe dá gosto ver a ternura entre os casais jovens... Não te esqueças de trazer uma camisola, para o caso de ficar fresquinho, e vem de sorriso bem apertado, vamos ter uma tarde muito agradável...

Encontrei(-me)

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porque há olhares que valem mais do que mil palavras... envolvida nessa ternura, é tão bom estar perdida...

E é(s)...

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O toque arredondado dos teus gestos faz-me sonhar… A dedicação que pões em cada movimento, as rugas sobre as sobrancelhas a denotarem concentração, até nas mais pequenas coisas… E a suavidade com que falas das coisas sérias, para não preocupar nem mentir. A simplicidade dos teus sonhos, que no entanto manténs bem próximos da tua mão. És humilde na hora de sonhar, mas decidido na hora de os conquistar! A sinceridade baila-te no olhar, quando perdoas alguém. E há uma ternura indiscreta nas tuas lutas para fazer os outros rir! Amo a timidez que acorda no teu rosto, sempre que a conversa roda à volta da pessoa bonita que és… A tua expressão de espanto é a mais divertida máscara que conheço! A coisa mais constante e contagiante que vive em ti é o teu sorriso! E olha, poucos se “dão” aos outros de corpo e alma, como tu fazes todos os dias. A leveza e a alegria com que tu marcas os teus passos no dia-a-dia dão vontade de ser leve também, e voar… Não há ritmo tão tocante como o da tua gargalha