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Abraço das estrelas

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Abre-me as asas... agarra nas suas pontas e estica-as, como a um lençol branco que retém o ar em forma de balão... sente o vento a demorar-se nelas, a fazê-las dançar. Vê-te reflectido na minha alma, vê a minha sombra desaparecer como a noite se esfuma com o raiar do dia. Ouve a canção que os meus suspiros entoam em sinal de prazer, só de saber que amanhã o sol volta a nascer e a pôr-se em mim! Vê-me crescer ao alcance do teu olhar, agora que a metamorfose dos sonhos passou por mim. Ouve o dia a debruçar-se sobre mim, a abrir-me o céu para as loucuras do meu coração! E se esta noite formos céu, lua, infinito? E se conversarmos até que raios de luz venham interpor-se nas esferas dos nossos bafos? O quanto eu tenho crescido e aprendido contigo... Sonha... pega num pó de estrela e lança-o no ar, fazendo comichão nos narizes, fazendo sorrir! Vamos passar borracha nas lágrimas, ou então usá-las para regar... Dá-me a mão. Sim, agora somos nuvens, com tempo para descobrir caminhos. O vento ve...

O mundo todo de novo...

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Não sei se haverá amanhã capaz de me fazer levantar. Não sei se as nuvens que marcham vêm mesmo para ficar. Porque o dia é uma noite Dura e fria de se caminhar Quando o caminho que queremos São dois, e temos de optar... Sei que aqui chegaste em demasiado calor envolvido com medo, mas sorrindo tornando o dia mais teu como a lua que se senta no céu e o sol que se deita no mar. Encontraste o teu lugar No coração onde vens morar E sem vergonha gritas: Ficas bem no mundo, ficas! Há beleza na forma como olhas o mundo, como se fosse novo. Tocas com ingenuidade nas folhas E nos picos que te farão sangrar de novo... Mas é de novo a primeira vez Em tudo o que vês Tudo é mais puro ao pé de ti E não há forma de fugir, assim Ao encanto que me lançaste À paixão que declaraste E da qual tento fugir Sem nunca conseguir...

A Bela Monstra

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Vou partir... para um lugar longe de mim. Algures num cantinho longínquo deste mundo, há um chão que me aguarda a caminhada. Não vou contar-te onde fica, nem como chegar lá. A última coisa que vou querer é que me procurem, menos ainda que me encontrem... Quando desaparecer, já sabes que estou feliz. Longe de luz lunar que me ilumine, deitada no leito da Cassiopeia, a observar a família de amores da minha vida, que são todos vós a quem amo tanto! Num porto de abrigo longe da vida que aqui levo... Num horizonte que já fez alguns apaixonados sonharem... Num pedaço de céu que muitos atravessaram, somente com o olhar... Num intervalo entre duas estrelas... É onde eu vou ficar. Vou esperar... e quando já todos se tiverem distraído da minha loucura, vou fugir. Quando o som do pôr-do-sol entretiver todos os olhares, vou bater as minhas asas e rumar ao horizonte, onde me espera a liberdade. Enfim... Quando não estiveres a olhar-me, e quando houveres baixado a guarda... vou fugir-te. O meu coraç...

Devaneio de uma tarde de Verão...

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pedra branca, pedra preta... é o cliché, é o alternativo, a novidade e a rotina... prazer e dor, ódio e amor. Sempre de mãos dadas, como dois irmãos... Na cabeça de um pecador, é secreto prazer que se grita a toda a gente. Na mente do benfeitor, é mentira em que se acredita, cegamente, indubitavelmente. Porque não há tempestade que não possa ser silenciosa, e não há confusão que não possa ser novelo simples de desenrolar. Que fotografia mais bonita, essa que trazes ao peito. Faz-me lembrar os tempos que cheiravam a vento cheio de sol, a banho quente e a sabão azul e branco. Ilustra toda uma vida, em nada preenchida, comos os buracos de uma rede de pesca... ... mas ainda assim cheios de histórias para contar...

Enfeites do céu

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vês o mar? as ondas vêm morrer aos nossos pés... a espuma, até ao limite das suas forças, esbate-se em desenhos arredondados de sal, areia e água. o sol faz espelho, reflectindo-se na pele molhada da beira-mar. pedrinhas e conchas dançam, com o movimento das ondas e da luz, quais estrelas caídas do céu e agora enterradas na areia. cúmplices, espreitam, deliciadas e escondidas, os lábios das ondas e da areia a brincarem, eternamente separando-se e fundindo-se. que bom estar aqui sentada, entre o fresquinho do mar e o morno da areia. há poesia no horizonte, enquanto o sol se despe sobre ele. larga toda a sua roupa, espalha-a ao longo da linha erguida sobre o mar. o som das ondas do mar me embala fecho os olhos... ... a natureza está à minha volta envolve-me com os seus cheiros, cores e sabores (sorriso) já não preciso de fugir basta ensaiar os sentidos e deixá-los vaguear porque há mar, há amar, há ir e nunca mais voltar...

Boa noite, estrelas...

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Ainda ontem me doía tanto... tudo. Criança agarrada a ela e a si mesma, entregue à responsabilidade única de sonhar. Tudo magoa, quando só nos pedem que sejamos felizes. Um pequeno favorzinho fora de contexto destrói o seu castelo à beira-mar, construído com orgulho próprio, muita areia e algum egoísmo inocente. Agora... agora pareço uma sombra desmaquilhada de sabores e sentires, despenteada pelo vento errante que sopra e me arrasta para fora da minha rota... de mim mesma. Mas nem dou por isso... As minhas lágrimas nunca foram tão salgadas; acho que são as minhas saudades da praia. Do céu estrelado, cheio de pontinhos de luz, cada um a prometer um sonho diferente aos nossos olhos. Daquela praia do paraíso, que descobri num cantinho muito especial da costa. Da hora de deitar do sol, que todos os dias me surpreendia com renovada beleza. Da areia, sempre pronta a acariciar-me a pele morna do sol. Da rocha, camarote privado e privilegiado para assistir à dança sensual das ondas, ao erguer...

A(s) Quatro Estações

Há dias em que simplesmente apetece não existir. Não estar. Quando tudo o mais parece falhar, também tu falhas. Estás ausente, ignoras, foges. Sinto-me o espelho de um quarto vazio, o beco de uma escada sem degraus... porquê? Porque quando chamo por ti, tu mudas de nome. Entro em desespero com as brigas, que parecem rodar à volta dos mais insignificantes temas; confesso: se ouvisse de fora algumas das nossas conversas acho que iria soltar algumas boas gargalhadas. Soltamos as crianças que vivem em nós, deixamos que usem as palavras como bolas de neve, que atiram uma à outra com toda a sua força... incessantemente, sem deixar o outro acabar de falar. Conhecemos os erros do outro, em errante confiança: usamo-los como escudos de protecção. Em momentos de guerra tudo serve como arma de arremesso, não é? Mas o maior erro é que essa "confiança" gera desconfiança, e acabamos por não conseguir proteger-nos de nós mesmos. Os filmes nascem, crescem e alimentam-se da nossa sanidade ment...