Foi uma fotografia

Exactamente há dois anos atrás, tiravas-nos uma fotografia. Na exacta noite em que nos conhecemos.
Ergueste o braço comprido por cima do grupo e com um gesto relaxado eternizaste o primeiro momento de muitos que se seguiram.
Olho para a imagem e ela fala comigo. Sorrio, transportada para o calor nos sorrisos, a energia da noite de arraial, a força dos elementos que se alinharam.

Sou recordada de que dos acasos nascem tantas vezes pirilampos. Que da espontaneidade se geram coisas que um dia talvez venham a ser centrais na nossa vida. Ainda que tenham começado num só gesto.

Sou levada a sentir que se tanto na vida se resume a respirar fundo e ir.
De nos permitirmos ser levados pela mão por uma amiga a conhecer pessoas novas, num arraial de Santo António.
De correr o risco de olhar. De sentir.

Passam dois anos e sinto que só tive tempo de inspirar fundo e expirar.

Passam dois anos e sinto os pirilampos, as borboletas e as luzes quentes do arraial. Tudo no meu peito, a arrulhar e a dizer-me que por vezes a vida sorri. E que a luz arranja sempre maneira de atravessar as coisas, no momento certo. Por vezes, através do processo de uma simples fotografia.

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