Espaços vazios.

Impedes-me de tudo. Cortas todo e qualquer caminho que me possa seduzir para chegar até ti. Castigo. Não compreendes que não se deve castigar quando não houve mal feito... Mas e convencer-te disso?
Sobra-me a escrita. Sobram-me as palavras deitadas ao vento da era digital, sem saber sequer se este vento as levará até ti. A esperança é escassa. "Sem um adeus, sequer..."

Que folgas estas, que me levam o ar todo e me deixam sem norte. Foi disto que eu fugi, e nisto caio novamente, contra os meus próprios avisos.
Às recordações doces, divertidas; às gargalhadas e às cumplicidades, às mãos dadas de fugida vêm juntar-se as discussões, as acusações feitas de pó e as inseguranças que desde o início nos fazem tremer o barco. A espaços isto vai acontecendo; a minha resistência vai diminuindo...
"Sentir em nós, uma razão para não ficarmos sós..."

Porque é que eu achei que eras uma rocha? Porque é que me deixei convencer que podias ser a minha rocha, mesmo quando nunca paraste de te mexer? Querer ser uma carícia cada vez mais demorada, precisar de um abraço cada vez mais forte, e de novo deparar-me repentinamente com uma parede branca, vazia.
O espaço que ocupas parece, ora sim ora não, ficar assim - vazio, silencioso. E eu fico olhando a parede, sem forças para pensar em mais nada, sabendo que arrumei os quadros antigos - já não me fazem sentido, e tanto que me custou reunir forças para os guardar - e que estes novos, que eu tanto sonhei, não são na verdade meus.
"E nesse abraço forte sentir o mar..." E neste vazio, com tanto espaço para mim, já nem conseguir pensar.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Aluga-se cantinho onde poder chorar

Longe do mundo... mas perto de ti!

E hoje é só.