Eu descomplicarei. Nós descomplicaremos.

Abro os olhos e está à minha frente. Uma divisão ampla, luminosa, limpa. Encostados à parede estão alguns caixotes. O princípio de tudo. A espreitar de uns estão pontas de livros. Noutros, discos de vinil.
Sei que a primeira coisa a aparecer na sala, pronta a trabalhar como eu, vai ser o leitor de vinil. No centro da sala, será o centro das minhas atenções, quando ainda não houver sofá nem televisão. Vai haver paz de alma.
Haja um copo de balão, uma garrafa de vinho e os vinis a saltarem como pipocas.
Haverá escrita, imagino. Haverá luz, e tempo. Haverá a cada dia, um dia apenas; um passo de cada vez.
Um recomeçar que é na verdade o início.
Haverá um charriot no quarto, para albergar a roupa. Simples. À vista, como eu gosto.
E os tesouros que guardo no meu baú, serão os primeiros a povoar orgulhosamente o meu cantinho.
Tudo será descomplicado. Cada objecto será cuidadosamente pousado no seu lugar, a inaugurar. E o mundo irá fazendo sentido.
Não haverão gritos, nem pessimismos. Haverá pouco, assim se impera; haverá espaço, para que os sonhos consigam continuar a circular livremente. Quero que o ar tenha passeios amplos na minha casa. Quero que o coração respire.
Em algumas alturas, haverá caos. Assim se prevê, comigo. Mas haverá um travão e uma lenta mas segura procura de equilíbrio.

Gaita, que estou farta dos verbos conjugados no futuro.

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