Um reflexo dos dias.

Hoje preciso de me sacudir. Como uma perna encolhida tempo demais, que precisa depois de exercer o reflexo de uma esticadela. E volta ao normal, dentro de algum tempo.

Não sabia que podia amar-te mais.
Não sabia que o tempo podia transformar aquilo que é forte, em algo ainda mais forte. Nem que o coração podia guardar-se para depois dar ainda mais de si, expandindo-se como um buraco negro ao qual nunca conhecemos verdadeiramente as dimensões. Nem onde nos leva.

Continuo a pasmar-me com os sítios bonitos onde as emoções nos levam. Continuo a aprender. Por vezes é um carrossel demasiado rápido para que possamos processá-lo; outras vezes, é um mar calmo de pasmaceira e rotina.

Continuo sem saber onde os dias nos vão levar. Tu teimas em não me dizer, garantes que não sabes. Mas continuo a sonhar. Os sonhos, esses, são um barco até Tróia - firme, seguro, guiado pela linha do pôr-do-sol, pelas ondas quietas que se agitam à sua passagem, lambendo-lhe o casco.
A distância só te trouxe mais até mim. Tornou-te mais presente, de contornos mais definidos e cheiros mais entranhados.

Não sei o que fazer comigo, quando me agito assim. Vou aprendendo que mais vale deixar-me ir. Ainda que um sorriso me sacuda no meio do autocarro, quando a lembrança de nós se prende em mim. Ou que uma lágrima dance, balançando as suas curvas no canto dos meus olhos, quando vejo um casal aninhar-se à minha frente.
Esses todos que nós somos, apesar de não estares aqui, eles continuam a existir. E embalam-me o peito em gratidão, por saber que à minha chegada à terra do sol, vou voltar a viver esses todos outra vez... como se não se tivesse passado nada entretanto.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Aluga-se cantinho onde poder chorar

Longe do mundo... mas perto de ti!

E hoje é só.