Viagens. E o sítio certo. Sem sair do sítio

Não há palavras para o calor no coração. Para essa paz de nos sabermos no sítio certo.
Neste caso quando as mãos, ainda desajeitadas com a falta de prática, pegam num recém-nascido pela primeira vez, para o observar e apresentar à sua mãe.
A luz tem de ser a mínima possível, para não incomodar. O tom de voz calmo, a energia serena. Poucas palavras, acções suaves mas assertivas. Tudo parece coadunar-se com a energia que o nosso coração sabe produzir, mas que sempre sentiu ser desadequada, olhando à volta. Porque isto quer-se é energia, tom alto, hoje em dia, em todo o lado. Palavras soltas e sem grandes cuidados.
Aqui não. Há que escolher as palavras com cuidado. Os actos têm um guião, que a cabeça tem de tornar parte de si - saber de cor, para usar consoante a pequena janela de oportunidade que aquele novo ser tem para oferecer. Aqui me integro, me ausento de tudo o resto para estar presente no que interessa. Estar no momento presente, sem arrastar mais nada ali para dentro. Entendo-o perfeitamente.
Apresento o bebé à mãe, e a mãe ao bebé. Sou elo de ligação. Faço uma viagem, em cada nova relação que partilham comigo.
E é nesta simplicidade tão profunda das coisas que me encontro, inteira, talvez anos depois de me ter perdido.

Comentários

Indio disse…
:)

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