Essa luz.

Aí dentro, o desencontro.
Não se fazem dias felizes só porque sim. Devem guardar-se no pé de meia, e ser usados com cautela. Eu, se os tivesse, ainda assim, gastaria um por esta altura. Para calar o silêncio seco dos dias.
Falamos de quem, já não muito forte, tem de se fazer de árvore. De quem só agora aprende a zangar-se para fora, e não para dentro.
E ao analisar bem o que me rodeia, vejo que não desejava estar aqui. Não porque não aguente - afinal, até sou mais forte do que pensava -, mas porque não pertenço a este lugar.

E no entanto, há um floreado na barriga. Um par de borboletas, não se conta ainda uma mão cheia; como um beijo ao de leve, uma brisa que não chega a ser vento. Para melhor vos explicar: quando estamos a aproximar-nos de uma berma elevada, onde sabemos que a altura nos irá impressionar - esses breves instantes anteriores, infames e desprovidos de fama, que antecedem os pés chegadinhos ao abismo.
É aí que estou, ou creio estar, embora não hajam mapas para estas coisas. E apesar de ser um momento de peito pesado, em que só vejo paredes e portas a fecharem-se... consigo, ao mesmo tempo, sentir no rosto a brisa da janela que está prestes a abrir-se para mim.

"(...) I want so save that light..."

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Que chegue uma rajada um dia destes :)

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