Conversas de dentro.

Onde estás?
Presa numa teia. Assim estou desde o início dos tempos.
Não se explica. Não se percebe. Não há razões para não sorrires, menina! E não há fios a prenderem-te os tornozelos... estás de pés no chão, afinal. Livre para seres quem quiseres. O que esperas para abrir as asas?
Não sei explicar... nem estou certa que tenha de o fazer! Mas vá... a verdade é que me sinto sem asas. Ou sinto-as envoltas num novelo confuso. Não sei distinguir onde começam as minhas asas e terminam os fios deste labirinto... somos um só e eu não sou nada, senão uma miscelânea de coisas que queria ser e que não encontro espaço para concretizar! Olha, assim como se tivesse um molho de peças de um puzzle na mão, e não tivesse espaço para as espalhar, separá-las e poder transformá-las naquilo que elas são; juntar-lhes os contornos, as sombras e as cores e compreender o seu significado!
Estou a dizer-te que tens asas... não acreditas em mim? São bonitas, brancas. E os teus pés assentam no chão, direitos como árvores. Só precisas de pôr um pé à frente do outro... Pára de pensar, deixa-te ir.
Não sinto os pés. Não vejo as asas. Quero acreditar em ti, mas... não posso ver com os teus olhos!
Sabes qual é o teu problema? Queres controlar o chão debaixo dos pés. Não podes. Mas podes controlar os pés. Queres controlar o vento nas asas, também não podes... Mas podes escolher a direcção que as asas tomam, aproveitando o vento que vem. E também não podes decidir o que eu vejo. E o que eu vejo é bonito. Vai ser sempre bonito, não muda... mesmo nos dias em que te sentires azul, como dizem os ingleses.

Comentários

Indio disse…
Muito bom! Bate as asas e voa... ;)

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