O orgulho da nação.

És cheio de ti. A bem dizer, o mundo não parece existir fora desse teu umbigo perfeitinho.
Chamas amigos a pessoas que mal te conhecem. A quem não te dás. Com quem só és capaz de te relacionar através de intermediários como o álcool e semelhantes. Através dessa muleta, és já capaz e competente. Tiras fotografias, abraças-te, chamas "mor", "babe" ou outras coisas ainda menos legíveis. Mais frequentemente de noite, aos saltos numa discoteca da moda, onde ironicamente a luz, a essência de uma pessoa não se consegue ver.
É nesse reino que te moves à vontade. Onde não há silêncio, nem preocupações. Apenas desinibição, descontração e música ensurdecedora, a encobrir a naturalidade que é pensar. E mentes embebidas em álcool que, já se sabe, cometem as maiores tolices, riem de parvoíces. É divertido ser assim. Estar na moda, estar dentro de qualquer coisa - nem que seja da futil tendência para destruir os neurónios noite após noite, como forma de bloquear o processo de existir. E de crescer. De arriscar, estando sóbrios e à plena luz do dia.
Compreendo o desejo de sair uma noite, perder a cabeça, divertirmo-nos. Não partilho, felizmente, a obsessão. A necessidade de o fazer para preencher um vazio. Para não olhar para o próprio interior, arriscando ver os buracos no telhado e termos de nos debruçar a repará-los. Porque isso sim, isso dói.
Assim, enches-te de "amigos". Coleccionas momentos fúteis. Bebedeiras. Looks.
És o rei da noite. O rei da pista de dança!
No final, fica a certeza de que és antes de mais o rei do Nada...

Sim, falo de ti. Geração...

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