A desilusão...

... chega de mansinho, entra-nos pela porta do coração sem a fazer ranger.
E parte-nos qualquer coisa cá dentro. Talvez a própria porta, por onde entrou e por onde volta a sair, quando terminou de fazer todos os estragos.
Ao sair, faz bater a porta com força. Anuncia a sua partida, mas é como um eco. Continua a fazer-se sentir, tempo depois, como um gongo. E assim ficamos, arrumando a casa com música ambiente.
Ficamos a braços com uma porta que fecha mal e que é preciso reparar; que nos provoca uma ventania desgraçada no coração, desarrumando a papelada toda!
A desilusão é sempre a preto e branco. Não sei porquê. E é sempre maior, quanto maiores forem as expectativas que se alimentavam.
Por isso, é uma faca de dois gumes... Assim um bocadinho como um quadro de forma indeterminada. Olhamos para ele, rodamo-lo em todos os sentidos possíveis, tentando compreendê-lo, mas não conseguimos decidir qual é o lado de cima ou de baixo. Por onde devemos pendurá-lo, para que não caia da parede a meio da noite.

Torna-nos mais fortes, também. Mais preparados, menos ingénuos. Mas isso fica para mais tarde.

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