Sonhos.

Se há coisa que nunca me faltou, foi capacidade para sonhar.
Frequentemente, falta-me a motivação para os perseguir. Mas isso é um outro assunto.
Agora imaginação para me projectar mais à frente, vivendo e arriscando, isso sempre tive de sobra. Por vezes acho que são os sonhos em excesso de "produção" que me atrapalham os passos do dia-a-dia; parece que se acumulam à frente dos meus pés como bichos molengas, fazendo-me tropeçar. Ilustrando melhor, imagino os sonhos como o meu cão, um pastor alemão enorme que gosta de se encostar preguiçosamente nas pernas das pessoas e impedi-las de andar, como estratégia para receber festas.
Sonhos acontecem na minha cabeça como fogo de artifício. Formam uma casa dentro de mim, que vai crescendo e criando uma forma cada vez mais única. Coisa simples, como furar o nariz, conseguir deixar de roer as unhas, habituar-me a andar de bicicleta para todo o lado. Estes seriam o rés-do-chão da minha casa de sonhos. A seguir, sonhos de "primeiro andar", como ter a minha casinha, viver com o M., imigrar para o Reino Unido sozinha e vingar como profissional lá, viajar muito, sentir que tenho amigas verdadeiras, das quais sinto tanta falta.
Depois, há os sonhos de "segundo andar": ter uma quinta onde acolher animais abandonados, por mim cuidados e recuperados, aproveitando a ajuda de alguns deles na terapia com crianças; ter uma família grande, entre ela uma criança adoptada; escrever com algum sucesso.
Por fim, há os sonhos do sótão, que ficam escondidos e calados, mas que são talvez os mais íntimos e palpáveis no meu coração: fazer uma viagem sozinha e permitir ao M. que faça o mesmo, provando a nós mesmos que nos amamos e que precisamos um do outro, mas somos capazes de empreender este desafio sozinhos; viver da escrita e por fim, aceitar-me e amar-me, sendo feliz.

Agora já conhecem a minha casa. [e eu também!] Bem-vindos!!

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