Só agora...

Só agora consegui sentar-me aqui, a olhar para dentro. Até aqui o ritmo da casa não o permitiu. Nem as pessoas à minha volta. A preocupação com quem não se está a sentir bem. Nem os telemóveis ou semelhantes formas de comunicação...
Tudo isto porque não tenho um espaço para mim. Uma casa, um quarto (pelo menos não verdadeiramente, embora o tenha literalmente), um recanto. E também porque não sei impôr barreiras. Deixo que sejam invasivos, que ultrapassem os seus limites e se acomodem confortavelmente em cima dos meus.
Continuo a sonhar com esse cantinho, que nem na minha cabeça consigo desenhar.
E depois atinge-me. Porque é que nunca estás contente com nada?
Passo mais tempo a pensar nas coisas tristes. Tenho mais ataques de mau humor do que bom humor.
Agora que encontro espaço nos silêncios que invadiram a casa, e a minha cabeça... dou ironicamente por mim a não conseguir pensar! À medida que os barulhos corriam e me atropelavam, dia fora, eu só pensava em trancar-me a escrever.
Mas agora, que sinto o espaço a tornar-se parte de mim... agora que a madrugada se instalou nas restantes mentes, levando-as a precisar de descansar... também eu dou por mim a precisar de descansar.

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