Com todo o respeito.

Dá para fechar os olhos. E procurar aquele cantinho dentro de mim onde existe paz, onde há apenas espaço para mim.

As ondas vão batendo. Querem levar a sua avante. Deixo-as pensar que assim será. Deixo-me boiar, o tempo suficiente. Deixo que a maré me dê boleia até onde eu planeio ir.
E nessa altura, agarro-me às rochas e escalo, de um só fôlego. Com toda a força que armazenei enquanto esperava. Sei que estou de pés descalços, pois sinto com naturalidade os pés a adaptarem-se às rugosidades. Sinto o cheiro a mar, como se fossem gritos seus nas minhas costas.
Sem hesitação, ergo-me com as mãos e a impulsão das pernas, cada vez mais fortes.
Alcanço o meu lugar. Aquele que escolhi para mim.

Com todo o respeito, ondas. Mas já chega de brincadeira. Está na hora de começarem a deixar-me levar o barco...

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