Um dia atabalhoado em Lisboa

Ora por onde começou esta viagem... ah, já sei, por uma incursão à Praça da Alegria. Ia lá para procurar uma escola de dança de que tinha ouvido falar. Qual não é o meu espanto quando chego à Praça, e vejo tudo menos... alegria. Coisinha mais cinzenta e tristonha, credo. Albergava tudo menos gente alegre, e as suas vibrações eram tão negativas que me pus a andar dali para fora assim que pude. Esquece lá a dança...
Para ir à Praça, eu tinha deixado o carro no início da Avenida da Liberdade, pertinho de um hotel de luxo cujo nome não preciso de pronunciar (até porque não me lembro).
Adorei o facto de um lugar ter vagado para mim quando eu ia a passar, deu imenso jeito. Mas giríssimo foi sair do carro para ir pôr moedas no parquímetro e ver, a rodear o meu "Bogas", coisas humildes como Mercedes, BMW e Audis por todo o lado... não consegui ver um único carro que não me exigisse vender o corpo por largos meses para poder comprar a sua entrada. Isto deu-me que pensar: "boa, o meu carro não podia estar mais seguro aqui!".
Enfim, adiante. Acabei por descer a restante Avenida até ao Rossio, rindo-me da quantidade de "tiochos" e "queques" que se passeavam por ali. Acreditem, isto não é inveja, é mesmo um achar graça. Continuo a pasmar-me com as pessoas para quem as aparências são tudo... consigo sentir que não há mais nada ali, e que na maioria das vezes, se lhes tirássemos essa capa, não restava nada... Considero isso triste e muito pouco atraente, mas consigo rir-me, porque acho que nos é dada a opção de escolher quem somos e como queremos ser. Adoro observar as escolhas humanas...
Bom, acabei por ir espreitar uns sapatos e uma loja vintage (onde só vi roupa de pessoas que já morreram e que tinham muito mau gosto, coitadas, mas que ainda por cima usaram muito a roupa...), onde comi uma fatia de quiche que tinha mais gordura do que eu no meu corpo inteiro.
Depois, uma novidade!! Apanhei um táxi, porque estava em cima da hora para um compromisso no Saldanha. Ao fazer o sinal para o táxi parar, só pensava, "oh meu deus, que me calhe um senhor que não me obrigue a pedir para abrandar porque estou mal-disposta, ou que vá o caminho todo a falar...". Qual não é o meu espanto quando... o senhor era simpático, não falou durante a viagem toda, e ainda ia devagar q.b.??! Mas que sorte, apanhei os 5% de taxistas perfeitos em Lisboa!! (Posso estar a exagerar, eu sei... mas é para ter alguma graça!)
Depois de receber a notícia engraçadíssima de "Oh, você é a N.? Ah, a sua carta foi hoje mesmo para o correio, veja lá que coincidência!" (após ter estado mais de um mês à espera da porcaria da carta), fui de metro para a Avenida, onde apanhei o carro e me dirigi para o cabeleireiro. Aqui, passei meia hora a explicar em inglês como é que queria cortar as pontas (o senhor era britânico...).

E agora perguntam vocês, por que raio é que nos contaste o que andaste a fazer num dia inteiro em Lisboa??
E a mim só me resta responder: porque me apeteceu...

Comentários

Option disse…
Gostei da tua explicação! Eu adoro fazer coisas "porque me apetece", só é pena não poder fazer mais hihihi.

Já agora, um cabeleireiro britânico?! Chique!!!
Wicahpi disse…
Ehehehe entendes-me tão bem ;)
Sim, muito chique, ficou lá (literalmente) o couro e o cabelo, mas valeu a pena acho eu =)

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