"Ele há dois caminhos..."

Atravessa-me o medo de aqui voltar. Ao mesmo tempo, uma necessidade em forma de bola se vai avolumando no peito, tornando insuportável mais um minuto sem escrever.
O tempo também não tem deixado, ainda que muito dele se perca, dizem, em cafés, em sonhos adiados, em devaneios.
A dor de cabeça arrasta-se, como uma corrente pesada e barulhenta, não me deixando pensar.

Uma pausa no trabalho e no esforço permitiu-me, ao afastar-me, sentir-me grata. Perceber, analisar, compreender que tenho tanta coisa boa na minha vida. Que finalmente cheguei a um momento de portas abertas, de possibilidades e de pontes.
Reconheci-me de cabeça levantada ao espelho. Reconheci-me amada, mais forte, mais minha, e por fim, mais independente. Vi-me cantar para mim própria, pelo prazer de me ouvir.
Entretanto, como não podia deixar de ser, recebi uns pontapés. Umas vergastadas injustas de um lado, uns sermões mal dirigidos do outro. Porque tudo o que é bom e se diz forte, tem de ser necessariamente posto à prova.
Ainda não sei se é à prova de bala. Sei que perdi algumas vontades, que amarrotei um bocadinho. E embora acusada de nunca vergar, desta vez mantenho a cabeça para cima, e afirmo: não, não vou vergar.

Diz a sabedoria popular: Ele há dois caminhos. Você agora escolhe aquele que mais lhe convier.*

Comentários

Indio disse…
Não se tem que ser á prova de bala, apenas temos que ter forças para nos levantarmos quando estamos no chao.

Hiiii... muito escritorino :)

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