Coisas de um coração.

Ainda estou a aprender a viver sem uma amiga. Ainda não habituei o coração a essa falta.
Já te tinha perdido há muito... Como verdadeira, como amiga. Mas tomar um passo no sentido de admitir que te perdi foi o mais difícil.

Foi preciso que me mentisses. Foi preciso descobrir na tua cara que me enganavas. Embora eu já soubesse... mas foi demasiado claro para ignorar, desta vez.
E deixaste a porta tal como eu ta deixei a ti. Entreaberta. Deixei-ta assim, acreditando que, pela nossa amizade, ias voltar. Ias admitir o erro. Ias tentar. Ias gostar de mim. Estava tão enganada...
Seguiste em frente como se fosse o que mais querias. Empinaste o nariz, como aprendeste a fazer ultimamente. E viraste-me as costas.

Ainda estou a tentar habituar os olhos ao cenário sem ti. Ás férias sem ti. Aos cafés sem ti. A um grupo de amigos que se foi reduzindo, agora quase a um nível ridículo. Ao nível género "conta-gotas" de um casal e um amigo, que tantas vezes se deve sentir "penetra". Porque os momentos em casal continuam reduzidos, a bem do grupo. Mas que grupo?
Em tempos fomos nove, alguns dias dez. Hoje somos três... E eu claro, no meu jeito muito masoquista, pergunto-me o que é que terei feito de mal para que isto acontecesse. Mas claro, já devia saber que o mundo não roda à minha volta...

O que queria dizer com isto é que sinto a falta da cor de uma amiga. Não tenho muita paciência para mulheres, mas uma girlie person faz-me falta. Tu fazes-me falta. Porque me conhecias. E pensei que gostavas de mim. E (nunca tinha dito isto) sabe Deus o quanto eu gostava de ti, apesar de tudo...
Não sei porque vim falar para ti hoje. Talvez pelo que representavas: um grupo de amigos, de presentes. Não de meios amigos, de-vez-em-quando ou inconstantes. Mas dos que me conhecem. Gostam de mim e de quem eu gosto. E por outro lado, não me apetece dar-me a mais ninguém. Não quero que corra assim outra vez...
Talvez porque hoje me sinto sozinha. E de novo, egoísmo. Mas não quero viver pendurada num pescoço que me rejeita. Tenho medo que nem o amor fique. Por isso, volto-me para o trabalho. Ignoro as lágrimas. Amanhã vai passar...*

Comentários

Indio disse…
A vida é uma roleta cheia de surpresas boas e más, todos temos que passar por momentos mais dificeis... mas os momentos bons também vêm aparecendo de vez enquando. Eu estarei aqui para ti...
o lavagante disse…
"quem não me acompanha atrasa-me" pois que alguém o terá dito..não te deixes atrasar!!!

:)
C disse…
mesmo invisíveis, mesmo silenciosos, os verdadeiros estão sempre lá.
quantidade para mim nunca foi qualidade... mas isso sou eu, desconfiada, tempestuosa...conflituosa, diria mesmo.

Acho que se desses mais a quem conta não seria tão doloroso suportar a ausência de alguém.

abraço querido

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