Há coisas que são como janelas...


Há coisas que nos colam a alma. Um lobinho companheiro e guardião, que nos sorri e saltita à chegada, como se fôssemos a pessoa mais importante do mundo. Que nos dorme aos pés e nos guarda a cabeceira enquanto fazemos uma sesta no sofá.

Séries repetidas do Frasier e do Friends, tão velhinhas mas tão aconchegantes como a mantinha nos joelhos. Acompanhadas da pasta favorita, massonga (receita de família que nunca nos deixa mal), ou mais tarde de um leite quente com açúcar.

Há coisas que nos preenchem. Que nos fazem sentir completos. Como um dia cheio de pessoas que precisam da nossa ajuda, e que conseguimos ajudar! Sair do trabalho depois da hora, com a sensação de que cumprimos o nosso dever, que ajudámos alguém... Uma manhã que nunca mais acaba e que se debruça sobre o almoço. Mas que almoço é esse, nem me lembrei que havia fome! E de repente já é de tarde mas não faz mal, porque estamos a fazer "o bem".

O cansaço esfuma-se quando vamos no autocarro desligados do mundo, e não conseguimos evitar rir a cada página do nosso livro. Gosto de livros românticos, de histórias leves, porque me transportam para esse mundo e me fazem sonhar. Assim, não conseguir evitar rir com a história, a imaginarmo-nos lá naquele momento, é uma coisa do outro mundo.

Há coisas que nos abraçam. Como bons filmes. "O Solista" - interpretações brilhantes, tocantes, uma história de ponta de coração. "Sherlock Holmes" e os "Irmãos Bloom" - hilariantes, cada qual à sua maneira, mas inconfundíveis no estilo menos comum de comédia. A minha gargalhada esteve sozinha tantas vezes na sala... mas era impossível contê-la, é maravilhoso sentirmo-nos assim arrebatados por um filme.
E o último, em nada semelhante aos outros. "Avatar". Uma história que remonta a uma parte primitiva de mim, que não consigo explicar. Fabuloso de ver, de sentir. Feito para deslumbrar, eu sei. Mas neste caso faço parte da maioria, pois simplesmente a sua simbologia, o apelo da Natureza são magia para mim. Desperta qualquer coisa muito minha, muito pura e que quer voar com eles, quer aprender a caçar, a ligar-se aos animais e a fazer orações às árvores. Muito Pocahontas, eu sei. Serão as origens?

E o amor. O amor é uma coisa que me beija a alma a toda a hora. Poder deslumbrar-me, mais de quatro anos depois, com a pessoa ao lado de quem "acordo", como se fosse a primeira vez, é algo de inexplicável, de verdadeiramente fantástico. Faz-nos lembrar porque é que estamos aqui. Porque há coisas que são como janelas, que nos permitem ver para além do que os olhos alcançam....

Comentários

bá :p disse…
Não pares de escrever...ever :)

Está tão bonito..simplesmente lindo!

Toma lá, mereceste isto:
http://www.youtube.com/watch?v=-b-jpH2t5Lc

:p
*
Indio disse…
Muito bom pekenina, é fantástica a forma como falas de todas as coisas...

só faltou ai:
Deitar-me no sofá durante a tarde quando nos dá a moleza e ter o aconchego do companheiro ao por uma mantinha por cima para me sentir melhor :p

;)
Wicahpi disse…
bá: thank you so much pela força =)**

indio: desculpa-me pelo lapso, sem dúvida que a mantinha foi também uma janela... =D
o lavagante disse…
sim. estamos em sintonia. mas ainda não vi o Avatar..:P posso recomendar outro??

The visitor com o grande Richard Jenkins!

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