E quando cai o pano...

Quando o teatro começa...
Eu amo e rio e choro, estou aqui, o papel faz-me gigante e imponente, sensual e forte, bela e apaixonada.
Eu percorro esse soalho que me range timidamente debaixo dos pés sem a menor dúvida, a menor insegurança; sou olhada sem rancor nem desconfiança, porque sou eu - transparente e clara, de cores definidas.
Quantas pessoas não choram com as minhas palavras? Quantas não sangram comigo, e não e se levantam comigo, para continuar a lutar?
Quantas pessoas não se entregam à gargalhada por mim provocada, quantas não se apaixonam por mim?
E a minha voz, limpa e segura, chega a todos, toca todas as almas dentro da sala.
Todos sentem medo por mim e comigo, todos se perdem no meu sorriso.
E ai, que eu brilho tanto, lá em cima... naquela que é também a minha casa, com aqueles que também são meus irmãos, naquelas falas que também são minhas! Não sei por quanto tempo, mas sei...
... que quando cai o pano...
... toquei vidas! Sei que retirei a muitas almas as suas preocupações, lhes dei momentos de devaneio e ilusão, que as transportei comigo no sonho... isso é magia! Isso... é teatro.

À Polegar, a minha actriz favorita...

Comentários

polegar disse…
oh minha querida, coisa boa de se ler. obrigada, muito obrigada.
rasgaste-me aqui um sorriso daqueles :)

[abordámos temáticas semelhantes sem nos tocarmos. ainda bem que o meu texto não é auto-biográfico LOL]

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