Até que o amor acabasse...

E o amor não acabou...
Apesar de ela tentar esquecer-se disso, apesar de ocupar as horas com minutos esticados. Apesar de perder demasiado tempo a olhar para os dedos dos pés, como se tentasse demovê-los com o olhar da vontade de correrem até aos braços dele.
Embora ela quisesse escondê-lo, notava-se nos seus olhos a ansiedade, como se o ponteiro dos segundos lhe estivesse dolorosamente colado ao olhar.
O tamborilar nervoso das unhas recém-crescidas na mesa, a tristeza interminável nos seus gestos, repletos de melancolia e vastidão.
Perdida, sem saber onde pousar o olhar para não parecer desesperada, fechou os olhos e aumentou o volume do silêncio na sua cabeça.
Ele nunca mais chegava. Nunca mais lhe dizia nada. Mas ela iria esperar por ele, até que o abraço chegasse. Até que o amor acabasse.

E o amor não acabou...

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