Um vento que por aqui passou...

A preguiça de um amor sem sombra é como uma maldição de que não conseguimos livrar-nos.
Hoje recordo esse peso pesado nas minhas costas, a deixar-me difícil a respiração. Como um dia de calor insuportável, sem sombras.
Que bom que sobrevivi, penso hoje. Mas ao contrário do que se pensa, o calor deixa marcas. A nossa pele retesa-se para sempre, recordando em rugas marcadas o que sofreu. Sou mais forte mais também mais alerta - constantemente, eu diria demais - para qualquer subida de temperatura. Porque acho que o meu corpo não iria suportar mais um desses dias de calor, em que o corpo já nem tem nada para suar, e ficamos o mais quietos possível, a rezar para que essa onda passe depressa e nos deixe em paz, a refrescar.

E não fosse essa brisa que por aqui passou, esse vento violento que abalou tudo e não deixou nada de pé; esse ar fresco que tu amaldiçoaste e em cima do qual puseste a culpa de tudo o que aconteceu... não fosse essa brisa, e eu já não estaria aqui para contar esta história.

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