por um sorriso, uma cereja...



Os dois vão até à mercearia. Ela tem que comprar tomate para o jantar. Entram de mão dada, dando nas vistas por serem um casal de meninos às compras. Ela procura aquilo que quer, enquanto vai buscar um saco. Ajuda-a a escolher os mais bonitos. Em seguida dão mais uma volta pela loja e põe-se na fila para pagar. quando estão quase a chegar à caixa, ela avista uma caixa de deliciosas cerejas! Está na altura delas, e estas parecem tão carnudas e apetitosas... "são a minha fruta preferida!", diz ela, "mas costumam ser muito caras...". Ela rebusca os bolsos, à procura de mais uns trocos. Mas o dinheiro só chega à conta para o tomate que a mãe pediu, e ele também não tem dinheiro.
O sorriso enorme dela desvanece por momentos, mas perante o ar triste dele, faz um sorriso e mete conversa, procurando esquecer a gulodice.
Ele vira-se por momentos, a olhar à volta, e ela avança para a caixa. Paga, coloca o saco de tomate num saco de asas e saem juntos, de mãos dadas. Ao cortarem a curva da mercearia, ele põe-se à frente dela e manda-a fechar os olhos. Ela, curiosa, fita-o por momentos, sem entender. Ele tira a mão de trás das costas, mostrando uma cereja.
"Roubaste-a?!" exclama ela, espantada mas sorridente. "Não", responde ele, "Trouxe-a para ta oferecer!"
"Eu não acredito que fizeste isso!"
"Vá lá, é só uma cereja! De certeza que se eu pedisse ma deixavam tirar, só que eu tive vergonha de pedir... vá, abre a boca e pede um desejo, esta é a primeira cereja da época...", pede-lhe, abrindo um sorriso maroto.
Os olhos dela brilham muito, enquanto percebe que ele fez aquilo por ela.
"Obrigada...". Fecha os olhos ainda a sorrir, e abre a boca para a cereja mais doce de todas...*

(...)Um ano depois

Combinam um café. Ele espera-a à porta de casa. Ela sai, sorrindo para ele ao vê-lo. Ele devolve-lhe o sorriso.
"Tenho uma coisa para ti..." diz ele.
"Tens? O quê?!"
"Fecha os olhos."
Ela assim faz, curiosa como sempre. Ele aproxima-se do ouvido dela, e diz-lhe baixinho: "ouvi dizer que gostas de cerejas...", enquanto lhe toca com uma cereja, a mais bonita e carnuda que tinha em casa, levemente nos seus lábios. Ela solta uma gargalhada e trinca a cereja, abraçando-o com toda a sua força.
"É por estas pequenas coisas," diz ela enquanto sente o sabor doce da cereja, "que eu nunca vou deixar de gostar de ti!"

Comentários

Anónimo disse…
:) adorei o texto... ainda vais ter mtas surpresas dessas, adoro fazer-te sorrir e farei o k puder para isso acontecer. por acaso tive a comer cerejas á bocado... eheh...
Anónimo disse…
Não há comentários possiveis, é simplesmente lindo, e eu acho que sabes mas nunca é demais dizer...tens muita sorte porque tens alguém que t faz sorrir por dentro :)

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