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Com todo o respeito.

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Dá para fechar os olhos. E procurar aquele cantinho dentro de mim onde existe paz, onde há apenas espaço para mim. As ondas vão batendo. Querem levar a sua avante. Deixo-as pensar que assim será. Deixo-me boiar, o tempo suficiente. Deixo que a maré me dê boleia até onde eu planeio ir. E nessa altura, agarro-me às rochas e escalo, de um só fôlego. Com toda a força que armazenei enquanto esperava. Sei que estou de pés descalços, pois sinto com naturalidade os pés a adaptarem-se às rugosidades. Sinto o cheiro a mar, como se fossem gritos seus nas minhas costas. Sem hesitação, ergo-me com as mãos e a impulsão das pernas, cada vez mais fortes. Alcanço o meu lugar. Aquele que escolhi para mim. Com todo o respeito, ondas. Mas já chega de brincadeira. Está na hora de começarem a deixar-me levar o barco...

Ele veio visitar-me...

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Hoje, o sol veio visitar-me. Escondido do resto do mundo, viajou por entre árvores, casas e ar. Estendeu como braços os seus raios até mim, através da janela que me prendia. Acariciou-me a cara e disse-me sem palavras, claro como um telegrama: "Tem esperança. Amanhã será melhor". Da mesma forma que os momentos maus nos deitam abaixo, também nos mostram que estamos cheios de amor à nossa volta. Que temos forças e que vamos conseguir levantar-nos. A minha canção hoje é de esperança. Sabendo que o pior ainda não chegou. Mas levanto a cabeça. Anda lá, dá o teu melhor para me mandar abaixo. Eu vou dar tudo o que tenho para te ver desistir.

Não sei quando me perdi...

Não sei quando foi que me perdi, na minha vida, de mim própria. Não sei quando foi que o meu corpo aprendeu a rejeitar-se, que deixei de conhecer a orientação para os meus próprios passos. Não sei também quando deixei de ter vontade de olhar para mim própria. Ou onde deixei a vontade de sorrir... Sei que hoje dou por mim a procurar mapas para um sítio que aprendi a desconhecer: a minha própria paz. Sinto-me encurralada. À minha frente , está a caixa de Pandora, que agora se abre e desvela coisas enegrecidas, distorcidas e contorcidas saindo de dentro de mim. Dizem que a terapia é isso mesmo; uma espécie de purga. Assim me sinto, purgando a toda a hora, em pesadelos complexos e confusos, em todas as horas acordadas do dia, onde sou abalroada por comboios de pensamentos dolorosos, duvidosos e inseguros sobre mim, sobre as minhas acções. Continuando esta interessante metáfora, sou encostada à parede, de ambos os lados , pelas relações que se complicam, desligam e colidem. Sinto, em tod...

A necessidade premente...

... de escrever. Os dedos a precisarem de desentorpecer, a mente a querer perder-se no seu mundo (é o único sítio onde consigo estar realmente sozinha!). E nada. Simplesmente não sai, como uma torneira emperrada que se recusa a deixar sair uma única gota de água. Alguém sabe como se faz? Para olear a máquina e pôr isto a andar? É que esta coisa do sonho de escrever livros tem de começar por algum lado...

Grata pela luz

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Lembro-me do que me invadiu quando te conheci. Uma estranha sensação de paz . Talvez o meu corpo já soubesse o que ia acontecer. Talvez tenha pressentido nos teus passos um ritmo familiar que eu não conseguia ainda reconhecer. Sei que para ti os pressentimentos e o destino são palavras sem lugar. Mas tens de reconhecer a magia que nos é devida... apareci-te quando me esperavas. E ultrapassámos obstáculos a que muitos não resistiriam. Para estarmos juntos. Quando preciso de um lugar especial onde respirar fundo, sei que te tenho. És um silêncio suave, uma companhia sem amarras, uma carícia sem garras! Obrigada por me gostares tanto! Obrigada por te manteres aqui, a olhar na mesma direcção que eu. Por passares por cima dos teus medos só para te vires sentar a meu lado, a fazer-me sorrir. Dou muito valor a isso, sabes? E apetece-me cantar, porque tenho uma sorte que não cabe a muitos... "já te disse que te quero?! Que preciso de ti?! Se não disse, sou tola... porque ninguém sabe isto...

Não gosto do que vejo...

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Continuo a não gostar do que vejo. Mas quero gostar! Pergunto-me se devo pintar, cortar, alindar. Porque mesmo perante esses esforços, mais cedo ou mais tarde volto a não gostar... E depois penso que devia gostar incondicionalmente, todos os dias. Não apenas de vez em quando. Mas não chega tal dia, em que eu passe a gostar, a sentir-me bem com isso. E quando chega, desaparece... Começo a ficar zangada. Quero reagir. Quero mudar. Continuo a não gostar do que vejo. Ao espelho...

Hoje apetece-me sonhar. Ponto.

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Hoje apetece-me olhar para o céu azul, cheio de luz, e pensar que sou capaz de chegar tão longe quanto eu quiser. Basta esticar bem as mãos. Hoje apetece-me rir antecipadamente das vitórias que virão, acreditar que da minha luta resultarão frutos. Frutos doces e cheios de sumo. Hoje apetece-me pensar que vou ser surpreendida pela sorte, abençoada pelos dias e empurrada pelo vento. Não muito, não sempre, mas o suficiente. Hoje apetece-me sonhar. Sonhar que vou encontrar uma porta ou uma janela aberta, ainda que tenha de procurar. Mas que ela estará lá, de fio de luz pendurado, em jeito de campainha, a servir-me de sinal. Porque hoje também me apetece, mais do que noutros dias, acreditar que existem sinais; que o nosso caminho é por nós decidido, mas que podemos escolher dar atenção a pequenos "sinais" que nos levarão por rotas que o destino nos vai desenhando e redesenhando. E hoje apetece-me sonhar que este destino me irá levar a um lugar diferente (talvez outro país), onde ...