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A necessidade premente...

... de escrever. Os dedos a precisarem de desentorpecer, a mente a querer perder-se no seu mundo (é o único sítio onde consigo estar realmente sozinha!). E nada. Simplesmente não sai, como uma torneira emperrada que se recusa a deixar sair uma única gota de água. Alguém sabe como se faz? Para olear a máquina e pôr isto a andar? É que esta coisa do sonho de escrever livros tem de começar por algum lado...

Grata pela luz

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Lembro-me do que me invadiu quando te conheci. Uma estranha sensação de paz . Talvez o meu corpo já soubesse o que ia acontecer. Talvez tenha pressentido nos teus passos um ritmo familiar que eu não conseguia ainda reconhecer. Sei que para ti os pressentimentos e o destino são palavras sem lugar. Mas tens de reconhecer a magia que nos é devida... apareci-te quando me esperavas. E ultrapassámos obstáculos a que muitos não resistiriam. Para estarmos juntos. Quando preciso de um lugar especial onde respirar fundo, sei que te tenho. És um silêncio suave, uma companhia sem amarras, uma carícia sem garras! Obrigada por me gostares tanto! Obrigada por te manteres aqui, a olhar na mesma direcção que eu. Por passares por cima dos teus medos só para te vires sentar a meu lado, a fazer-me sorrir. Dou muito valor a isso, sabes? E apetece-me cantar, porque tenho uma sorte que não cabe a muitos... "já te disse que te quero?! Que preciso de ti?! Se não disse, sou tola... porque ninguém sabe isto...

Não gosto do que vejo...

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Continuo a não gostar do que vejo. Mas quero gostar! Pergunto-me se devo pintar, cortar, alindar. Porque mesmo perante esses esforços, mais cedo ou mais tarde volto a não gostar... E depois penso que devia gostar incondicionalmente, todos os dias. Não apenas de vez em quando. Mas não chega tal dia, em que eu passe a gostar, a sentir-me bem com isso. E quando chega, desaparece... Começo a ficar zangada. Quero reagir. Quero mudar. Continuo a não gostar do que vejo. Ao espelho...

Hoje apetece-me sonhar. Ponto.

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Hoje apetece-me olhar para o céu azul, cheio de luz, e pensar que sou capaz de chegar tão longe quanto eu quiser. Basta esticar bem as mãos. Hoje apetece-me rir antecipadamente das vitórias que virão, acreditar que da minha luta resultarão frutos. Frutos doces e cheios de sumo. Hoje apetece-me pensar que vou ser surpreendida pela sorte, abençoada pelos dias e empurrada pelo vento. Não muito, não sempre, mas o suficiente. Hoje apetece-me sonhar. Sonhar que vou encontrar uma porta ou uma janela aberta, ainda que tenha de procurar. Mas que ela estará lá, de fio de luz pendurado, em jeito de campainha, a servir-me de sinal. Porque hoje também me apetece, mais do que noutros dias, acreditar que existem sinais; que o nosso caminho é por nós decidido, mas que podemos escolher dar atenção a pequenos "sinais" que nos levarão por rotas que o destino nos vai desenhando e redesenhando. E hoje apetece-me sonhar que este destino me irá levar a um lugar diferente (talvez outro país), onde ...

Gosto de...

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Gosto de dias frios cheios de céu azul e sol. Gosto de viajar. Gosto de cães. Gosto de gatos, cavalos e bichos em geral. Gosto do calor e união criados pela lareira. Gosto do silêncio. Gosto do lusco fusco. Gosto do frio na barriga, quando vou finalmente matar saudades. Gosto de conversar com alguém que acabei de conhecer. Gosto de andar de pés descalços. Gosto de mãos dadas. Gosto do cheiro a terra molhada. Do cheiro a lareira e do cheiro da cama lavada. Gosto de vozes bonitas. Gosto de ronha. Gosto de chuva, quando não tenho que sair de casa. Gosto de dormir, gosto de acordar tarde. Gosto do cheiro de Espanha cá por casa. Gosto do conforto da tua companhia, até no silêncio. Gosto das madrugadas frescas na pele. Gosto de dançar, e de cantar. Gosto do mar só para mim. Gosto de festas no cabelo. Gosto do jeito descontraído que me provoca um copo de vinho. Gosto de sorrisos e de gargalhadas. Gosto de provocá-las. Gosto do vento na cara, quando o corpo está aconchegado. Gosto de retiros n...

O medo de qualquer coisa

Acordei mais cedo do que aquilo que o corpo pedia. Porque o pai queria desfazer a árvore (afinal, ontem foi Dia de Reis!), tinha de ser hoje e tinha de ser de manhã. Ok, até aí tudo bem, fez-me bem porque me senti mais activa. (Tirei todos os enfeites. Depois as duas fiadas de falsas pérolas. Em seguida, o set de luz das velas e a primeira fiada de luzes brancas. Entretanto retiraram-se todos os ramos da árvore (sim, eco friendly tree) e arrumaram-se na caixa, para poder por fim retirar a fiada de luzes azuis, mais encostada ao tronco central.) Arrumada a árvore na devida caixa e transportada para a garagem, foi tempo de aspirar a sala toda da lixarada que se fez (e a que não se fez, também). Caixote da gata, comida e água da bicha, aspirar areias e pêlos do corredor. Duas horas a engomar, com almoço e café a correr pelo meio. Arrumar a roupa engomada. Hora de respirar fundo. Sento-me de pernas cruzadas em cima da cama, onde me deleito com o toque da colcha nova de cornucópias, absolut...

Sem espaço

Ao debruçar-me sobre o envelhecimento, sobre a mudança e sobre o tempo, questiono-me. Será que ainda vamos a tempo? De afogar medos em charcos seguros, de embalar leões com música e de enganar rumos quebrados? Será que somos mais fortes do que isso, ou é mera ilusão a possibilidade de sermos felizes não obstante o tempo, as horas e o conformismo? E não obstante também os encalços que havemos de seguir, porque os nossos pais seguiram, os mais próximos também o fizeram e os filhos dos outros o hão-de fazer também? Gostava tanto de encontrar paz no barulho, de encontrar sentido nestes labirintos de coisas e de sentimentos, de os poder separar como o trigo do joio, o que é meu e o que não é. E ser capaz de guardar o que é meu e esquecer o que é dos outros por um instante. Um instante que me permitisse arrumar, rotular e encaminhar as minhas coisas. Para poder afirmar caminho em vez de o arrepiar, como tenho vindo a fazer. Encontro prazer no cabelo lavado e macio. Encontro prazer ao saborea...