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Procura-se...

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Procuram-se coisas bonitas... bonitas e pequenas, pouco procuradas ou ansiadas. Cantinhos por explorar, tesouros por gastar, corações por amar, pedras por desgastar. Pedem-se horas que passem mais devagar, lágrimas que sequem ao cair. E se ainda houver fôlego, inventem-se novas palavras, que misturem outras palavras bonitas. Em sonhos não há limites, como não há limite no conforto de uma nuvem de algodão doce. E assim, procuram-se sonhos que mais ninguém tenha sonhado ainda, como se fossem ruas por percorrer. E assim se pedem pedras de calçada, acabadas de colocar no chão... esperando que ainda brilhem, polidas. Procuram-se fotografias novas, de ângulos que ninguém nunca experimentou, trazendo novas perspectivas... novas cores e caras bonitas. Sorrisos... descubram-se sorrisos maiores, com mais razões de existir! Inventem-se novas séries de televisão, sem vilões nem bonzinhos, sem mortes nem vigarices. Procuram-se novas magias, cujo truque não se conheça. Precisa-se de beijos, com a te...

sentidos

sentimentos perdidos, enlaçados por um fio de perfume, sem esperanças de se encaixarem, por falta de tempo, de sintonia. ai, riso sarcástico esse, que traz de volta a novidade de um amor...

Como o perfume de uma mulher...

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O tango... é como o perfume de uma mulher amada. Parece suave ao início, não parece? Mas marca os seus passos com uma firmeza e sensualidade que nos conduzem a todos. É como o amor, a verdadeira paixão. Arrebata-nos, envolve-nos, ama-nos. Sente-se o aroma do descontrolo no ar, fundido com cada nota melodiosa e arranhada de um suspiro. É um descontrolo que nos controla, que nos toma e enlouquece. Somos ensaio de uma alma apaixonada. Somos loucura... todos nós um pouco. "De poeta, médico e louco, todos nós temos um pouco." Que bom...

caminho

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orientada... de novo um rumo, uma estrada se constrói lentamente à minha frente, desfeita agora de nevoeiro. há que não calcular os passos, deixar o vento influenciar os pés na sua direcção. completa por ti, apaixonada. é preciso seguir sem medo de te perder, sem pressa em continuar, com segurança na solidão. ainda assim, encantada. à espera sem esperar, com esperanças sem esperar. não sonhar demasiado alto... mas não deixar de querer. querer, como se quer sorrir. sorrir, como se quer viver. viajo em ti, sempre cheia de segurança, sempre cheia de alegria. a distância de ti far-me-á crescer, mas também sofrer... nestas alturas sim, queria ser Peter Pan, para ser pequenina para sempre...

Existência denunciada por uma dedada...

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Dedadas cinzentas na minha janela denunciam presenças passadas no meu quarto. Percorro as quatro janelas que acendem o dia ao meu leito, em busca de algum passarinho pendurado no chorão, que espreita aos vidros da minha privacidade. Oiço-os cantar alegremente, quais caixinhas de música, enchendo o peito de segredos e de jóias, cartas de amor e promessas. O sol percorre as folhagens da árvore, fazendo-as brilhar como se elas próprias dançassem coladas aos raios de luz! Há um caminho a percorrer, nesta manhã ocupada de luz. Entretenho a minha própria cabeça com os planos, as coisas a fazer. Dispo a roupa à cama, faço-a de limpo, sem nunca desprender o olhar da vida que se desenrola lá fora. Sinuosas nuvens passeiam pela calçada azul do céu, enquanto as esculpo com o olhar. Entretanto, a manhã transformou-se num início de tarde, vagarosa de se mastigar, fresca e leve como o silêncio. E é assim, em silêncio, que desço à terra e acordo para ti. Estás a meu lado, sem que eu sequer tivesse d...

Ver-te... como se te acariciasse

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Passo uma vez... passo outra. Endireito as costas, na esperança de ser notado. Clareio discretamente a voz, passo os dedos pelo cabelo. Olho em frente, de forma segura. Finjo-me distraído e sorrio. Passo mais uma vez por ti, arriscando olhar-te. Mas nem te apercebes de que o meu olhar te tocou... Sento-me à tua frente. Só faltava acenar... mas tu, bela deusa, continuas envolta noutros pensamentos, que nunca me envolvem a mim. Já não. Jamais... Em tempos fui o centro dos teus olhos, a pérola procurada, a companhia escolhida. Mas agora sentas-te noutra mesa, olhas no sentido inverso. Mas não faz mal... fiquei para trás, sentado numa outra mesa, a admirar-te os lindos olhos verdes e o sorriso traquina... aprendi a olhar-te como se tivesse uma mão a acariciar-te esse rosto, o rosto mais bonito do meu mundo...

Amador sem coisa amada

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"Resolvi andar na rua com os olhos postos no chão. Quem me quiser que me chame ou que me toque com a mão. Quando a angústia embaciar de tédio os olhos vidrados, olharei para os prédios altos, para as telhas dos telhados. Amador sem coisa amada, aprendiz colegial. Sou amador da existência, não chego a profissional." António Gedeão