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A mostrar mensagens de agosto, 2015

Amo-te, mas... voar!

Amo-te muito, mas quero voar. Amo-te tanto, meu amor, mas hoje preciso de partir. És tudo aquilo que procurei, agastada, ao longo dos tortuosos e errantes anos verdes da adolescência. Mas hoje, um cheiro irresistivelmente diferente atrai-me para fora do ninho. Não penses, amor, que vou com ligeireza. É o cheiro de outros voos, amor, dos sonhos que fazem de mim quem sou. Esses sonhos que levam a que vocês, os de sempre , me gozem. Mas são esses mesmos sonhos que me tornam tão macia de abraçar, que me tornam um colo ternurento e uma alma espicaçada. Só que, desconfio, os sonhos são matéria insuflável : eles têm a capacidade de se insuflarem e tornarem em objectos muito diferentes daquilo que aparentavam inicialmente. Mas se passarem anos encafuados num sítio sem conhecerem uso, correm o risco de se agastarem com a espera. E chegado o dia em que uns lábios corajosos decidam abraçar o pó para os encher, poderá já haver um buraco que os impeça de tomar forma (ou pelo menos, de atingi