Insistir ou desistir?

É ser segunda e saber-me a sexta. No amargo sentido.
É saber que me devia sentir cheia de energia, retemperada com as boas notícias, o repouso, os encontros e namoros que vieram com o fim-de-semana. Mas o corpo acusa desgaste, alergia, sufoco.
Achar-me de corpo e alma sufocada provoca-me uma vontade primitiva de me pôr em fuga, sem mais explicações. De não mais ter de falar, dar a cara, sorrir. Líquido gelado, este cheiro do predador à espreita...
Sei que estes são os meus passos ensaiados. Fugir, quando as coisas se põem difíceis. Venho aprendendo a tentar demorar-me, pelo menos tempo suficiente  para aprender a lição. Vou descobrindo que com a insistência, o medo se dilui nas veias e deixa de arrepiar. Passa a fazer parte de mim e ensina-me.
Mas hoje, os pêlos na nuca arrepanham a pele. O corpo está dorido e tenso, sugerindo perigo e fuga.
É estar dividida entre o dever de cumprir, aprender, mudar... e o corpo, que tenta desesperadamente falar comigo.
Acho que no fundo tenho medo de me ver entretanto caçada, deixando de ser eu. Sendo só um corpo presente que respira mas não tem vida, que tem pele mas não tem alegria.
Ficar. Desta vez será insistir, ou desistir?

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