Wake up and smell the coffee...

Tu não me ouves, tu nunca me ouves...
Ele não serve para ti, todos conseguem ver isso menos tu!
Passas a vida enrolada em sonhos, a acreditar na verdade do seu ser, caminhas de olhos tapados, tacteando o que tu pensas ser o homem ideal... mas ele engana-te, querida! Sempre o fez, ainda que não seja para te magoar, mas não cessa de o fazer, não é?
E tu choras, e tu revoltas-te, lutas contra o amor que cresce em ti, como se fosse uma planta venenosa. Não vale a pena, menina!
Acorda, antes!
Vê o que estás a fazer de ti mesma, toca nas rugas de tristeza que se avolumam na tua cara enquanto te recusas a viver! O tempo não se senta no banco ao teu lado, à espera que te apeteça viver!
O tempo não perdoa, ele corre e foge de ti se não te decidires a agarrá-lo.
Perdes-te em ilusões, comos se de um gigante bosque negro se tratasse, onde qualquer esforço é inútil e em vão... não vês o mapa em frente dos teus olhos, dentro do teu coração?
Fácil não é, a caminhada... que to diga quem já tem tantas histórias quantas lágrimas de cansaço derramadas, de tanto calcorrear... mas não vale a pena sequer pensar em viver, sem tolerar sofrimento. Queiras ou não, a tristeza vai amarrar-se a ti ao longo da vida. Mas desengana-te se pensas que nisso és especial; a tristeza bate a todas as portas.
Depende de ti. Não te recuses a abrir-lhe a porta, porque ela arranjará maneira de entrar.
Não esperes que ela entre por uma janela inesperada, nem te escondas debaixo da cama rezando para que ela desapareça; espera-a, enfrenta-a! Dói, sim. Muito. Mas dói menos se fores tu a decidir quando e como...
Decide que não dá; não esperes para sofrer. Impõe tu os teus porquês, sem medo à vista.
Acorda... larga o passado que te quer abraçar à força, levanta-te e caminha... em direcção a ti.

(ao fundo, a estrada que leva ao céu... um céu teu, que não se prende a mais ninguém, não se destrói quebrando promessas, nem com desilusões...)