Insónia...
Mais uma noite. dá por ela acordada, como de costume. só ela. desperta num salto, como se tivesse alguém a abaná-la. tenta obrigar-se a adormecer, sem conseguir. os seus olhos são leves demais para conseguirem fechar-se.
Desiste de resistir contra o medo. marca o número que lhe é mais familiar. ouve-o tocar em desespero, como se cada toque fosse mais estridente e incomodativo. até à exaustão.
Os pensamentos libertam-se em jeito de montanha-russa, investindo contra ela, magoando-a, despertando-a ainda mais. consegue, por alguns momentos de lucidez, sentir-se louca pela intensidade e maldade com que as imagens lhe surgem, mas só isso. não consegue evitar continuar a pensar, a mergulhar-se nesses conteúdos tristes. Nada disto existe, tudo isto é exagerado, hiperbolizado pelo sono, pelo cansaço, pela hora avançada da noite. Ela sabe isso, mas apenas terá consciência disso na manhã seguinte...
A sua própria mente contra ela, como se fossem duas.
Nada parece deixá-la em paz, e no entanto nada parece fazer-lhe companhia, ser conforto suficiente para adormecer.
E só quando todos os pensamentos já se repetiram e esgotaram, o cansaço e a frustração finalmente lhe dão o golpe final, deixando-a adormecer com aquilo dentro de si. A dúvida...
Comentários
Nao fazes ideia das vezes que fico acorda com insónias porque o cerebro nao desliga e as duvidas assaltam-me o sono..
Ah, tb cria dizer que gostei mt das palavras que me escreveste no comment...
obrigada
(Cenas do Barbas)