Viagens...
Sendo apenas mais uma gota na zona do teu olhar, ela hesitava em brilhar. Mas a tristeza não deixava de me incomodar, à medida que falavas. E esses teus olhos lindos estavam humilhados pela preocupação, a tua pele tinha perdido a cor jovem e saudável... parecias uma sombra.
Sombra aterrorizada e assustada com as horas a passar, alma exausta e perdida no meio do mar. Mal educada era a noite, que entrava por ti adentro sem vergonha e te escurecia as forças, te apagava a clareza do caminho a seguir.
Nos teus olhos não paravam de bailar lágrimas tão molhadas e tão infelizes que me causavam raiva. Não sabia como te ajudar. Nunca soube...
Vem ao meu encontro, não tragas bagagens nem lembranças, não tragas o passado contigo... sejamos apenas noite sem passado nem vontade de futuro, esquecidos e sem bilhete de identidade. Não conhecemos ninguém, vivendo apenas um para o outro, agora.
Vamos perder-nos de amor, vamos caminhar sem direcção, para lugares onde ninguém nos conheça... vamos vaguear numa estrada sem nome e conversar sobre tudo o que nos apetecer. Somos dois corpos numa só vida agora.
Isso, sorri assim... dá-me um abraço e vamos correr, de mãos dadas, até as pernas quererem fugir. Em direcção ao sonhos, para longe do mundo. Porque um dia o mundo deixou de ser casa, vamos sair para passear, até que as saudades de casa nos façam voltar...
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