ensaio de um sorriso...
estou a sentir... o meu corpo está tão perto de partir... tudo se quebra à minha volta e o chão, como num vulgar cliché, parece querer fugir... hoje me apercebo de como sou frágil, frágil como a porcelana. e nesses momentos de porcelana sou feia, feia como o é a própria porcelana. não quero ser assim... para ser assim, preferia ser vidro, transparente, ou espelho, reflexo de algo bonito. mas não, sou mais frágil ainda, sou porcelana... sinto-me a viver a vida de outrém, a cumprir as expectativas dos outros, esquecendo claramente as minhas. ou deixando sequer de as ter... quando penso em algo de mau que me possa acontecer, penso no mal que aconteceria a essas pessoas. penso que ficariam desiludidas comigo, que sofreriam. não penso em mim, no meu sofrimento, na minha abdicação. e sei que isto é ridículo, mas tem tanto de hilário como de irracional em mim... não consigo controlá-lo. vivo por vezes obcecada com a necessidade de corresponder, de não desiludir, de cumprir o caminho traçado, ...